A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) assinou um acordo com a empresa E. I. DuPont de Nemours & Co. que visa à redução dos níveis de ácido perfluoroctanóico – também conhecido como PFOA ou C8 – na água de abastecimento de residentes da comunidade próxima à fábrica da empresa em Washington, a cerca de onze quilômetros ao sul de Parkersburg.
“Pelo acordo de restrição do nível de ação do PFOA nas vizinhanças da unidade industrial, a EPA e a DuPont estão adotando passos a mais para proteger a saúde pública local ao mesmo tempo em que a EPA completa a avaliação de riscos para a substância,” disse Donald S. Welsh, administrador regional da subsede do Meio Atlântico da EPA.
Conforme o documento, a DuPont deverá oferecer alternativas de água de abastecimento residencial ou tratamento para usuários públicos ou privados que vivem perto da fábrica de Washington sempre que o nível de PFOS detectado nas águas for igual ou maior do que 0,5 partes por bilhão (ppb). O acordo afeta pessoas em Virgínia Oriental e Ohio que vivem perto da planta.
Este nível de ação substitui o da faixa de 150 ppb estabelecido por ordem da EPA em março de 2002. A agência está reduzindo a faixa com base em novos dados de estudos experimentais que constataram a elevação de níveis de PFOA no sangue de pessoas que vivem nas redondezas da empresa, se comparados aos níveis gerais da população norte-americana.
O PFOA é uma substância química sintética que não tem regulamento sob a legislação ambiental federal dos Estados Unidos. É amplamente utilizado para a produção de fluorpolyímeros – substâncias com propriedades especiais utilizadas em muitas aplicações industriaisi, incluindo a produção de panelas com efeito não aderente e coberturas de utensílios de cozinha. O PFOA é muito persistente e é encontrado em baixos níveis tanto no meio ambiente quanto em amostras d sangue da população norte-americana em geral. Estudos indicam que o PFOA pode causar efeitos adversos à saúde de animais de laboratório.
As grandes empresas que utilizam o PFOA, incluindo a DuPont, aderiram ao Programa de Vigilância do PFOA iniciado pela EPA. Elas se comprometeram a reduzir em 95% as emissões da substância até 2010 e a trabalharem para eliminar as emissões de PFOA até 2015. A substância é utilizada desde 1950 na unidade da DuPonts de Washington.
Há poucos anos, a EPA e o Departamento de Proteção Ambiental da Virgínia Oriental adotaram ações para proteger as comunidades locais de contaminação da água por PFOA. Em novembro de 2001, o Estado decretou uma ordem pela qual a DuPont everia diretamente monitorar a água subterrânea perto das descargas industriais da planta e conduzir um estudo sobre os impactos dessa substância à saúde pública.
O nível de 0,5 ppb é uma medida temporária voltada à redução da exposição a níveis de PFOA para os residentes locais enquanto a EPA completa a pesquisa requerida sobre avaliação de riscos da substância. A avaliação de riscos vai ajudar a estimar a quantidade de PFOA à qual as pessoas podem ficar expostas sem sofrer efeitos adversos à sua saúde. Com base nesses estudos, a EPA adotará ações a mais para proteger a saúde pública, se necessário.
(Por Roy Seneca,
EPA, 20/11/2006)