Obra da Estação de Tratamento de Águas de Rio Grande fica pronta no final de dezembro
2006-11-29
A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) prevê para o final de dezembro a conclusão da
estrutura para destinação final dos lodos da Estação de Tratamento de Águas (ETA), que está sendo
construída em um terreno em frente à ETA, situada às margens da RS 734. Conforme o engenheiro
Eduardo Guimarães, superintendente regional da Companhia, os dois leitos de secagem do material
lodoso (resíduos) resultante da limpeza dos filtros e decantadores da ETA estão praticamente
prontos, faltando apenas colocar parte do material de drenagem. E o reservatório de circulação, de
29 metros de diâmetro por cinco de profundidade, e capacidade útil para 2000 metros cúbicos, está
sendo concretado.
O fundo e o atirantamento do fundo (para impedir que o lençol freático faça a estrutura subir), já
foram concretados. Foram colocados 89 tirantes - barras de ferro, no fundo. Agora estão sendo
concretadas as paredes laterais. A estrutura para destinação final dos lodos da ETA, tem como
finalidade resolver o problema ambiental causado pelos transbordamentos da bacia de decantação
antiga. Efluentes líquidos com sulfato de alumínio eram descartados nas áreas de preservação do
entorno da Lagoa Verde, prejudicando marismas e banhados de água doce. O reservatório será todo
(fundo e paredes verticais) de concreto armado. Receberá o material lodoso da ETA e depois passará
para os leitos de secagem, por bombeamento.
Os dois leitos, segundo a Corsan, são suficientes para tratar todo o efluente. A lavagem de um
decantador da ETA é feita a cada 20 dias e libera 1.400 metros cúbicos de água com resíduos,
direcionados ao reservatório da área de destinação final do lodo. Depois, a água vai para um dos
leitos de secagem e, quando limpa, volta para tratamento na ETA como água bruta. O lodo desidratado
que fica no leito de secagem será raspado e descartado na área da Estação de Tratamento, ao longo
do canal, pois não oferece risco ao meio ambiente. A obra tem custo de R$ 1,7 milhão. Enquanto essa
estrutura não é concluída, a Corsan utiliza o processo antigo.
Ajustamento
Na semana passada, foi celebrado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Corsan e o
Ministério Público Estadual, que moveu ação civil pública contra a estatal devido aos danos
ambientais que o sistema antigo causava à Lagoa Verde e seu entorno. No documento, a Corsan se
compromete a realizar estudo sobre a contaminação por deposição de alumínio e outros produtos
utilizados no tratamento de água, na Lagoa Verde e no Arroio Simão. Se constatados comprometimentos,
a Companhia deverá elaborar e executar projeto de recuperação dos recursos hídricos, devendo
contemplar tecnologia para a remoção do alumínio e outros produtos. A elaboração do estudo será
acompanhada por técnicos do Ministério Público.
(Por Carmem Ziebell, Jornal Agora, 28/11/2006)
http://www.jornalagora.com.br/site/index.php?caderno=19¬icia=23800