Campanha Amazônia, do Greenpeace, é premiada na Europa
2006-11-29
A Campanha Amazônia do Greenpeace recebeu o prêmio especial do júri do Food and Farming Awards 2006, oferecido pela Radio BBC 4, do Reino Unido. Os jurados reconheceram os resultados do trabalho de "conscientização da indústria da alimentação sobre as dimensões éticas e ambientais da produção de alimentos, em particular pela campanha ligada à soja".
Em abril de 2006, o Greenpeace publicou o relatório "Comendo a Amazônia", que revela como a demanda mundial pela soja produzida no bioma Amazônia alimenta a destruição da floresta, incentivando o desmatamento, a grilagem de terras e a violência contra as comunidades. A investigação mostra que a maior parte da soja que ocupa o lugar da floresta no Brasil alimenta criações de frango, porcos e gado na Europa. Protestos pacíficos realizados em Santarém (PA), em parceria com movimentos sociais locais, pressionaram o setor da soja a impor a moratória.
Segundo o júri, o Greenpeace forneceu um modelo de como investigar a indústria da alimentação globalmente. "Nós ficamos tremendamente impressionados com a campanha do Greenpeace contra a soja (amazônica). Sua pesquisa provou que a soja produzida no Brasil estava destruindo a floresta para alimentar frangos, porcos e gado utilizados por multinacionais de alimentos e redes de varejo na Inglaterra. Algo que eles não sabiam. Foi esta pesquisa que fez com que a indústria de alimentos apoiasse a moratória que foi imposta para novos desmatamentos pelos próximos dois anos", disse a apresentadora Sheila Dillon, na entrega do prêmio em Londres, no último domingo (26/11).
Até julho de 2008, as maiores indústrias do setor se comprometeram a não comprar grãos que tenham sido plantados em novas áreas desmatadas no bioma amazônico. O Greenpeace segue monitorando focos de desmatamento e a implementação das medidas necessárias para fazer vingar a iniciativa.
Paul Johnson entre os 100 maiores ambientalistas de todos os tempos
O cientista Paul Johnson, do Greenpeace, aparece em 40o. lugar na lista dos 100 mais importantes ambientalistas de todos os tempos, criada pela Agência de Meio Ambiente do governo britânico e divulgada nesta terça-feira pelo jornal inglês The Guardian. Johnson fundou o Laboratório de Pesquisas do Greenpeace em Londres, em 1987, e há 20 anos fornece dados científicos sobre questões ambientais que ajudam a alimentar o debate e promover o conhecimento ecológico do planeta. Os dados levantados por Johnson também são material fundamental para guiar e apoiar as campanhas ecológicas do Greenpeace em todo o mundo.
A lista da Agência de Meio Ambiente do governo britânico traz também o nome de dois ambientalistas brasileiros, ambos assassinados por sua defesa do meio ambiente: Chico Mendes (17o. lugar) e Dioniosio Ribeiro Filho (42o.). Mendes foi morto em 1988 em Xapuri, no Acre, quando lutava pela criação de reservas extrativistas para seringueiros na floresta amazônica. Dionisio foi encontrado morto em 2005 com um tiro de escopeta a queima-roupa na entrada da Reserva Ecológica do Tinguá, que ele ajudou a criar em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.
(Greenpeace, 28/11/2006)
http://www.greenpeace.org.br/amazonia/?conteudo_id=3033&sub_campanha=0