Reino Unido aponta os 100 heróis do verde: dois ambientalistas brasileiros são citados
2006-11-29
Em comemoração ao seu 10º aniversário, a Agência do Meio Ambiente do Reino Unido divulgou hoje uma lista com os 100 maiores eco-heróis de todos os tempos. Democrática e realmente de todos os tempos, a lista reúne desde polêmicos atuais como James Lovelock até religiosos como São Francisco de Assis e Buddha, que morreu em 483 A.C. Dois ambientalistas brasileiros são citados, Chico Mendes em 17º lugar e Dionisio Ribeiro Filho em 42º.
No topo da lista está a cientista americana Rachel Carson, que é considerada por muitos a responsável pelo pontapé inicial do movimento ambientalista moderno com o lançamento do livro A primavera Silenciosa em 1962. Seus relatos sobre os danos causados pelo uso irrestrito de pesticidas industriais provocaram controvérsias e fúria. “Ela incentivou muitos a seguir a estrada de contestações em prol da proteção ambiental”, afirma a chefe executiva da Agência, Barbara Young.
Em segundo lugar vem o economista alemão Ernst Friedrich Schumacher, que ganhou sua fama mundial ao apresentar suas visões econômicas tingidas de verde, pensamento avançado para a época. Em seu livro Ser Pequeno é Bonito, de 1973, Schumacher defende que a economia mundial se tornaria insustentável por causa do esgotamento dos recursos naturais e por o trabalho estar sendo desumanizado.
Personalidades inglesas ganharam as posições seguintes. Em terceiro lugar está o chefe da Comissão de Desenvolvimento Sustentável Britânica, Jonathan Porritt, que atuou a frente da ONG Friends of the Earth e ainda se mantém um crítico de políticas governamentais a favor da energia nuclear.
Em quarto lugar está o apresentador David Attenborough, que participou recentemente como narrador do documentário da rede de televisão BBC Planeta Terra e que hoje integra a Sociedade Real Inglesa por suas contribuições às ciências naturais.
O cientista James Lovelock, conhecido pela sua teoria de Gaia, ganhou o quinto lugar. Nos estudos, o biólogo diz que a biosfera da Terra funciona como um único organismo, capaz de manipular o clima e a química da atmosfera e oceanos para manter o planeta com condições para a vida. Seu livro A revanche de Gaia prevê que bilhões irão morrer até o final do século e que os sobreviventes serão forçados a viver no Ártico.
O seringueiro e ativista ambiental Chico Mendes ficou em 17º pelo trabalho que fez em defesa da Floresta Amazônica, lutando contra a extração madeireira e a expansão dos pastos. Mendes conseguiu apoio internacional para a luta dos seringueiros e um ano antes de ser assassinado, em 1987, Chico Mendes foi premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o prêmio "Global 500" e neste mesmo ano ganhou a "Medalha do meio ambiente" da organização "Better World Society".
O outro brasileiro citado é o ambientalista Dionisio Ribeiro Filho, também assassinato por sua forte atuação. O integrante da ONG Grupo de Defesa da Natureza lutava contra a ação ilegal de caçadores de animais silvestres e colhedores de palmito da Reserva de Tinguá, vizinha a Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O crime aconteceu dez dias depois da morte da missionária Dorothy Stang no sul do Pará, em fevereiro de 2005.
Alguns políticos citados são o ex-vice-presidente americano Al Gore, que recentemente lançou o documentário Uma verdade incoveniente; o príncipe Charles, que ganhou admiradores por sua paixão ambiental e trouxe questões verdes a opinião pública, o governador da Califórnia e ex-ator, Arnold Schwarzenegger, e o prefeito de Londres, Ken Livingstone, por suas medidas pró-ambientes aplicadas na cidade.
Merecem destaque ainda figuras como o diretor da indústria petroleira BP, John Browne, o chef de cozinha Jamie Oliver, o naturalista Charles Darwin, o líder espiritual Dalai Lama e até mesmo Papai Noel, que ficou 100º lugar por suas entregas livres de emissões de dióxido de carbono.
(Por Paula Scheidt, CarbonoBrasil com informações do The Guardian, 29/11/2006)
http://www.carbonobrasil.com/noticias.asp?iNoticia=16366&iTipo=8&idioma=1