Depois de a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) apresentar relatório segundo o qual o esgoto doméstico seria responsável pela morte de toneladas de peixes no Rio dos Sinos, quinta-feira passada, ontem foi a vez de a prefeitura de São Leopoldo entregar ao Ministério Público laudo apontando presença de metais pesados nos animais mortos.
Isso, segundo Darci Zanini, secretário municipal do Meio Ambiente, confirmaria a responsabilidade das empresas na poluição do rio, diferentemente do que diz a Fiergs.
- As amostras foram coletadas um dia após o desastre. Há casos de metais provenientes de resíduos industriais com índices 25 vezes acima do tolerado - diz Zanini.
A análise foi realizada por um laboratório privado, de Porto Alegre, a pedido da prefeitura de São Leopoldo. Um outro exame, da água, também apontou a presença de metais pesados, lembrou o secretário.
Empenhados numa solução do problema que causou o desastre ambiental, municípios do Vale do Sinos trabalham em várias frentes. A Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) de Novo Hamburgo tenta tirar do papel um projeto de tratamento de esgoto pronto desde 1998, orçado em R$ 200 milhões. Se conseguir implantá-lo, a Comusa planeja cobrar uma taxa pelos serviços, cujo valor ainda não foi definido.
O projeto inclui a implantação de três estações coletoras e deve abranger toda a população, separando o esgoto doméstico do pluvial - o que atualmente não ocorre. A taxa cobrada custearia essa operação.
(Zero Hora, 28/11/2006)