A Escola Salvador Bordini, do Cinco Baixo, está trabalhando com o projeto Curando Uma das Dores do Mundo, que visa conscientizar a comunidade quanto a poluição causada pelo óleo de cozinha e por pilhas usadas, caso não recebam o destino apropriado.
Os alunos, que são do Cinco Alto, São Rafael e Cinco Baixo, comprometeram-se a recolher em suas casas o azeite ou a banha que já foram usados no preparo dos alimentos. Depois, na escola, fazem o sabão caseiro.
Eles também guardam as pilhas, que são acumuladas na escola e, assim que tiverem uma quantidade maior, a direção encaminhará as baterias à Cooperativa Santa Clara, que, por sua vez, dá o destino correto ao material.
Um grupo de voluntários ficou encarregado de passar nas casas dos vizinhos que não têm estudantes na escola, já que a intenção é envolver a todos.
"A proposta pedagógica foi mandada para o Programa Agrinho e a gente não foi contemplado. Mas o mais importante é a questão da conscientização, que é uma coisa simples. O que a gente faz com o óleo? Eu, em casa, jogava no ralo da pia. Então agora a gente guarda e aproveita para fazer uma coisa que vamos usar", explicou a diretora Marciana Lusani Volpatto.
Ronaldo Vrielink, 12 anos, da 6ª série, diz estar gostando das atividades: "Assim a gente ajuda o mundo a curar uma doença. Na minha casa a gente está guardando o óleo e a pilha também, porque ela tem mercúrio que, faz mal para os rios".
Angélica Benelli, 13 anos, da 8ª série, aprendeu com sua mãe a fazer o sabão e é ela quem acompanha a "fabricação". "Sempre que tem a produção aqui, eu ajudo. A gente ia para São Rafael na casa de uma senhora que faz lá, mas não precisou. Tivemos palestras com o professor Alceu Lazzarin, que é biólogo", conta.
Kelin Danieli, 11 anos, é uma das voluntárias e, como mora no Cinco Alto, é a responsável pelo recolhimento dos materiais: "Eu recolho nas casas e trago para a escola. Estou achando muito interessante, porque é uma forma de preservarmos o meio ambiente".
Depois de preparadas, as barras de sabão são vendidas, conforme explica Fernanda Benelli, 15 anos: "Depois de pronto, quem quer vem para a escola e compra. Custa R$ 0,50 cada barra. Está fazendo sucesso. Até falta para vender. O dinheiro fica para a escola e é usado para comprar materiais que a gente usa para produzir o sabão".
(Jornal Contexto, 24/11/2006)