A indústria da mineração tem contabilizado sensíveis ganhos (afora o de
produtividade), como o de imagem, a partir do desenvolvimento e aplicação de
tecnologia de ponta para gerenciar seu negócio. Entre os diversos aspectos
da administração destaca-se a gestão dos recursos hídricos pelas
mineradoras.
Isso porque quando uma indústria, seja ela de qual área for, tem sua
produção diretamente ligada aos recursos naturais, carrega consigo estigmas
que a colocam como a vilã do meio ambiente. O desconhecimento dos níveis de
modernidade e de compromisso com o desenvolvimento sustentável atingidos
pelo setor mineral motiva responde por grande parcela de responsabilidade
para o desenho deste quadro.
Uma publicação técnica, que chega este mês aos institutos de pesquisa, à
indústria da mineração, às empresas públicas e privadas que têm a água como
fonte de negócios, ongs, centros acadêmicos e bibliotecas em geral oferece
aos leitores, das mais variadas formações acadêmicas (inclusive leigos no
assunto), relatos de casos de amplo sucesso na gestão da água por pequenas,
médias e grandes corporações da área de mineração.
A obra A Gestão de Recursos Hídricos e a Mineração pretende ser uma
referência para que todo o setor de mineração se engaje nessa empreitada de
aperfeiçoar as técnicas de gerenciamento da água.
Para que isso ocorra, o IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração e a ANA –
Agência Nacional de Águas se reuniram em parceria inédita para organizar o
trabalho técnico, bem como promover Brasil afora os exemplos coletados pelos
pesquisadores. São ações de reuso de água, tratamento de efluentes, entre
tantas, todas adequadas à lei federal n/ 9.433/1997, também conhecida como
Lei das Águas. Essa legislação estabeleceu o conceito em definitivo de que
água é um bem finito e que pode ser aproveitado economicamente. Além disso,
alterou a tradição centralizadora do Estado no gerenciamento desse recurso
natural, substituindo a figura do comando e controle estatal pelo
planejamento com gestão participativa de estados, municípios, empresas e
usuários.
Há na obra casos emblemáticos de companhias como Vale do Rio Doce,
Votorantim Metais, Samarco, MBR, Rio Paracatu, mas também de empresas de
pequeno porte, como as que atuam no segmento de rochas ornamentais (mármore
e granito) no Espírito Santo, as mineradoras de agregados para a construção
civil, que agem praticamente dentro das cidades. O livro relata o caso da
Mina do Trevo, em Santa Catarina, que adota um projeto de recuperação
ambiental com ampla participação da comunidade; já a Sical Industrial, em
Minas Gerais, conduz a gestão ambiental e de recursos hídricos em uma mina
de quartzito.
O trabalho evidencia parcerias que podem ser replicadas em qualquer parte do
País, envolvendo universidades, comunidades, cooperativas de empresas,
instituições técnicas e de pesquisa, entidades de classe, entre outras.
(Assessoria e Imprensa do Ibram, 27/11/2006)