A administradora de fundos suíça Diapason Commodities Management lançou o primeiro índice de commodities agrícolas não-transgênicas do mercado. Frederic Hervouet, chefe de vendas da Diapason, disse que o índice deve se beneficiar do "salto de qualidade" que haverá no futuro se mais questões econômicas e de saúde forem levantadas contra os produtos geneticamente modificados. "Acredito que haverá diferenças de preços (entre transgênicos e convencionais) em termos de consumo e produção", afirmou. Ele citou como exemplo a suspensão das compras de arroz dos Estados Unidos pelo Japão e a conseqüente queda nos preços do produto na Chicago Board Of Trade (CBOT).
Com o aumento das ações de países, como o Japão e os que compõem a União Européia (UE), contra os transgênicos, os produtos convencionais podem tornar-se mais populares e, potencialmente, mais caros. "Existe um risco nos produtos transgênicos que o mercado ainda não mensurou", afirma Hervouet. O executivo considera que há resistência política e dos consumidores aos produtos geneticamente modificados e diz esperar um "futuro brilhante" e mais demanda para os convencionais.
O índice é o terceiro lançado pela Diapason este ano. Em fevereiro foi criado o Bio-Fuel Index e, em junho, o Diapason Commodities Index. O Diapason Commodities Agriculture Non-GMO Index será publicado em dólares e é composto de cinco contratos negociados nas bolsa de grãos de Tóquio e na Euronext. O maior peso é o da soja convencional, seguido de canola, trigo e milho. Confira o peso de cada commodity na tabela abaixo. As informações são da Dow Jones.
Diapason Commodities Agriculture Non-GMO Index
Produto Bolsa Peso
Soja não-transgênica (Tokyo Grain Exchange) 42,10%
Canola (Euronext) 20,45%
Trigo para panificação (Euronext) 16,85%
Trigo para ração (Euronext) 11,61%
Milho (Euronext) 8,99%
(Estadão, 27/11/2006)