Na próxima reunião do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, no dia 7 de dezembro, a Agência Nacional de Águas (ANA) irá divulgar o Atlas de Desenvolvimento do Semi-Árido do Nordeste.
O documento, produzido nos últimos três anos, traz um diagnóstico dos sistemas de rede de distribuição de água e dos mananciais (fontes, rios e reservatórios) de cerca de 1,3 mil municípios nordestinos com mais de cinco mil habitantes, além de alternativas para cada um deles solucionar o problema do abastecimento, via adutoras, águas subterrâneas ou através da captação em rios e reservatórios.
“Às vezes, há um sistema de rede que alimenta 70% da cidade, mas a água dentro do cano é muito frágil. Na época de seca o manancial se exaure. Então, apresentamos algumas alternativas para acabar com esse e outros tipos de problemas”, explica o diretor da ANA, Dalvino Troccoli Franca, que participou ontem (27/11) do 2ª Conferência de Segurança para Governo, em Brasília, e que trata a problemática da água com uma “questão de segurança nacional”.
Segundo Troccoli, há perdas significativas para o país devido a falta de água potável para a população, principalmente a mais carente. De acordo com estudos da ANA e do Ministério da Saúde, se houvesse uma distribuição com qualidade de “água boa” em todo o país, significaria uma redução de 30% dos gastos com saúde (ele não soube precisar valores).
“Haveria eliminação de muitas doenças, sobretudo em crianças”, alerta Troccoli. “Existe um índice que mostra, ainda, que em 7 dias por ano, as pessoas no Nordeste deixam de trabalhar por causa de doenças vinculadas à água.”
(Por José Carlos Mattedi, Agência Brasil, 27/11/2006)