O governo federal vai lançar no início do próximo ano um programa com nova metodologia para a construção de 2 milhões de cisternas no Nordeste, em mais uma ação para combater a falta de água na região. A informação é do diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Dalvino Troccoli Franca.
A iniciativa, de acordo com o diretor da ANA, que participou dos estudos, é da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA, um fórum de organizações da sociedade civil) e do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
Seriam duas caixas de reservatório de água por família – uma para as necessidades domésticas e outra para atender a lavoura e a criação, explicou Franca. Ele participou na manhã de ontem (27/11) da abertura da 2ª Conferência de Segurança de Governo, na qual a problemática da água é um dos assuntos em discussão. Segundo ele, a previsão é que o número programa seja atingido dentro de quatro anos.
Questionado sobre o fato de que, nos últimos quatro anos, a ação conjunta de governo e sociedade ficou longe do milhão de cisternas previsto para a área rural do Nordeste, ele afirmou que houve uma “grande crise” na implementação do programa. “Havia uma expectativa que o número fosse atingido, mas construímos 180 mil mini-reservatórios. Não foi a questão financeira que impediu, mas sim a metodologia”, frisou. A meta, para cinco anos, faz parte do Programa Um Milhão de Cisternas.
Essa metodologia seria o “ritmo lento” na execução – o serviço foi repassado à sociedade civil, por intermédio das organizações não-governamentais, cooperativas, sindicatos, igrejas. “Eles estão desenvolvendo um trabalho competente. Só que o ritmo e a quantidade deles [entidades], que estão capacitados, não foram suficientes para atingir a meta. Mas haverá mudanças nessa metodologia, e incluirá a iniciativa privada”, ressaltou Franca.
(Por José Carlos Mattedi, Agência Brasil, 27/11/2006)