Se a maioria dos jogos infantis é uma prática saudável, o que dizer então de um, cujo objetivo principal não é vencer o coleguinha da outra equipe, mas preservar o meio ambiente? Assim milhares de crianças da Serra Catarinense vão brincar pelos próximos anos.
O Fique Legal é desenvolvido numa parceria entre a Klabin Papéis e a Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí (Apremavi).
O jogo consiste num tabuleiro dividido por casas. A criança atira um dado, e o número que ficar para cima é o total de casas que deve avançar.
Ao chegar no ponto com base na contagem, haverá uma situação, que pode ser boa ou ruim, determinando se o jogador volta ou avança ainda mais. É uma brincadeira bastante conhecida entre a criançada, e as situações têm tudo a ver com meio ambiente.
Por exemplo: se o jogador parou no lugar onde diz "caçou um bicho nativo", deverá voltar duas casas. Mas se caiu na casa "recuperou a mata ciliar", pode avançar duas. E assim o jogo segue, com 20 situações positivas e negativas para a natureza.
Dentro do programa Matas Legais, que tem como objetivo aumentar as áreas de mata nativa e incentivar o desenvolvimento sustentável em Santa Catarina, o jogo começou a ser aplicado na segunda-feira, no ginásio de esportes de Otacílio Costa.
Um tabuleiro de 40 metros quadrados foi colocado na quadra, e alunas com 10 anos de idade, em média, de seis escolas, participaram do jogo. Ao final, cada uma ganhou um tabuleiro pequeno e as campeãs foram premiadas com mudas nativas.
Consciência sobre o manejo correto
Mas o objetivo principal não é apontar vencedores, mas educar as crianças sobre as questões ambientais, e que tomem conhecimento das normas de respeito à natureza, previstas na legislação.
- O projeto é itinerante e permanente. As crianças aprendem brincando. Como a região é florestal, no futuro elas terão total consciência da importância do manejo correto do solo, da utilização dos bens naturais e da preservação do meio ambiente como um todo - explica Leandro Casanova, responsável pelo projeto por parte da Apremavi.
Paula Caroline Correia, de 10 anos, aluna da quarta série da Escola Nossa Senhora de Fátima, aprendeu muita coisa.
- Gostei muito do jogo. Sempre soube que preservar a natureza é importante, e vou incentivar ainda mais meus amigos a fazerem o mesmo.
O Fique Legal é desenvolvido inicialmente em Otacílio Costa, e em pouco tempo será estendido aos demais municípios da Serra e para alguns do Alto Vale do Itajaí.
(Por Pablo Gomes, Diário Catarinense, 26/11/2006)