A rejeição da liberação de uma vacina transgênica contra a doença de Aujeszky e o adiamento da avaliação sobre a liberação comercial do milho transgênico da Bayer para a reunião de dezembro podem desencadear modificações no colegiado da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A alteração viria por meio de um decreto do presidente Lula. Fontes do Ministério da Agricultura confirmam que há intenção do Planalto em reduzir o grupo para agilizar o andamento dos processos envolvendo os transgênicos. Para ser aprovado, o produto precisa do voto de dois terços dos 27 titulares.
Especialistas defendem a redução para 18 membros e a adoção de maioria simples nas votações. A sugestão é apoiada pela diretora executiva do Conselho de Informações sobre a Biotecnologia (CIB), Alda Lerayer, que está no Rio Grande do Sul divulgando o 'Guia do milho - Tecnologia do campo à mesa'. O pesquisador Ernesto Paterniani, que integra o CIB, criticou o atual modelo. 'É uma comissão técnica em que dominam as questões ideológicas.' O diretor da empresa de consultoria Céleres, Leonardo Sologuren, também do CIB, alerta que o Brasil está sendo ultrapassado rapidamente por outros países em pesquisa, produção e emprego de tecnologia.
A pressão é pelo afastamento dos membros que não são geneticistas. Mas no governo haveria um entendimento de que cortes envolvendo a Pasta da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, poderia fragilizar o país internacionalmente em questões envolvendo, por exemplo, a Amazônia. O gerente de recursos genéticos do Ministério do Meio Ambiente, Rubens Nodari, foi procurado, mas não se manifestou. O CIB esteve em Santa Cruz do Sul antecipando o lançamento do CD 'Aprender, entender e pensar a biotecnologia'.
(Correio do Povo, 25/11/2006)