Enquanto a liberação do milho transgênico derrapa na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, os agricultores vislumbram possibilidades de ganho com a nova tecnologia.
Engenheiro agrônomo e presidente do Clube Amigos da Terra em Tupanciretã, Almir Rebello cultiva milho comum em dois hectares, além de 60 hectares de soja transgênica. Caso o plantio geneticamente modificado seja autorizado, o produtor tem a intenção de ampliar a área cultivada e estima um incremento de até 30% na produtividade do milho que hoje é de 80 sacas por hectare.
Segundo Rebello, assim como ocorre na soja transgênica, o milho geneticamente modificado possibilitaria a redução da quantidade de agroquímicos utilizados e facilitaria o controle de pragas, reduzindo os custos de produção:
- O milho argentino transgênico, que foi cultivado em alguns locais do país no ano passado, só não se espalhou por todo o Estado porque tem menor potencial de produtividade. Assim como eu, os produtores estão só esperando o milho adaptado ao nosso clima e solo para plantar o transgênico.
A Bayer CropScience esclarece, no entanto, que seria necessário um prazo de dois anos após a aplicação para tornar disponível seu milho transgênico.
Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado, Carlos Sperotto, a planta transgênica daria mais competitividade ao Brasil no mercado internacional.
Hoje, os dois maiores exportadores de milho, Estados Unidos e Argentina, já plantam milho transgênico desde o final dos anos 90. Segundo Leonardo Sologuren, do Conselho de Informações sobre Biotecnologia, o Brasil está para trás no mercado internacional.
- Nós só conseguimos exportar milho se o câmbio está favorável ou o preço está alto lá fora - observa Sologuren.
(Zero Hora, 27/11/2006)
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