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2006-11-27

 

 

Derretimento de geleiras, extinção em massa de espécies, propagação rápida de doenças – as conseqüências do aquecimento global na superfície do planeta já são bem conhecidas. Agora, uma equipe internacional de cientistas mostra que o impacto poderá ser sentido também na alta atmosfera. O sistema de posicionamento global (GPS) conta com informações enviadas por pelo menos 24 satélites em órbita da Terra para localizar com precisão qualquer ponto na superfície do planeta.

Caso as emissões de gases do efeito estufa continuem aumentando, a densidade das camadas mais altas da atmosfera pode diminuir, o que poderia afetar o desempenho de satélites usados nas telecomunicações e no sistema de posicionamento global (GPS). O alerta foi dado em artigo publicado na Science desta sexta.

 

A ameaça maior a esses equipamentos consiste na diminuição da densidade da termosfera – camada situada entre 90 e 800 quilômetros de altitude, na qual se situa a órbita de vários satélites. A contração das camadas superiores da atmosfera e a redução de sua densidade são uma das conseqüências do aquecimento global.

 

Paradoxalmente, uma contrapartida do aumento da temperatura da superfície terrestre é o resfriamento das camadas mais altas da atmosfera, graças ao aumento da concentração na atmosfera de dióxido de carbono (CO 2 ), um dos principais gases do efeito estufa. Esse fenômeno é observado em Vênus, cuja atmosfera é composta predominantemente por esse gás: nesse planeta, a troposfera (camada mais interna da atmosfera) é duas vezes mais quente que a da Terra, ao passo que a termosfera é de quatro a cinco vezes mais fria.

 

Efeito sobre os satélites

 

“Por um lado, uma diminuição da densidade da atmosfera diminuiria o arrasto atmosférico [a fricção do ar que aos poucos freia os satélites] e prolongaria sua vida orbital”, explica à CH On-line Jan Laštovicka, pesquisador do Instituto de Física Atmosférica da República Tcheca e autor principal do estudo. “Por outro lado, a contração da atmosfera pode aumentar a penetração da radiação e especialmente de partículas energéticas, que danificam os satélites.”

 

Além disso, o estudo afirma ainda que mudanças na ionosfera (situada entre 60 e 1000 quilômetros de altitude) podem afetar a propagação das ondas de rádio e o desempenho dos satélites de GPS e outros sistemas de navegação baseados no espaço.

 

Os efeitos do aquecimento global sobre as camadas mais altas da atmosfera haviam sido previstos já em 1989, mas não havia à época dados disponíveis para confirmar a tendência apontada. Ainda não há medições suficientes para caracterizar o impacto em longo prazo sobre essas camadas, mas aos poucos os dados disponíveis começam a compor um panorama de como elas têm sido afetadas.

 

O alerta da equipe de Laštovicka é preocupante, mas ele reconhece que o quadro atual não ameaça o bom funcionamento dos satélites. Caso esse patamar seja um dia atingido, ele esclarece que o processo pode ser revertido se a humanidade conseguir diminuir a emissão de gases de efeito-estufa na atmosfera – melhor não precisar pagar para ver.

  

(Por Bernardo Esteves, Ciência Hoje On-line, 23/11/2006)

 

http://cienciahoje.uol.com.br/62491


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