O ponto de partida do que poderá ser o futuro pólo madeireiro gaúcho foi demarcado com a
assinatura do contrato entre a Aracruz e a dinamarquesa Scanco, que começa a operar dia 7 de
janeiro sua linha de produção de móveis em Minas do Leão.
A fabricante de celulose fornecerá cerca de 5 mil metros cúbicos de madeira por mês. Esse
poderá ser o início do condomínio industrial que empresas como a Aracruz, Stora Enso e VCP
pretendem estimular no Estado.
Segundo o gerente regional florestal da Aracruz, Renato Rostirolla, o contrato para
fornecimento de madeira para a Scanco foi assinado há poucas semanas. Embora seja uma operação
relativamente pequena, Rostirolla explica que a consolidação de um condomínio industrial na
Metade Sul do Estado a partir do plantio de florestas é o objetivo final das grandes
produtoras de celulose que, juntas, planejam investir mais de US$ 4 bilhões no Rio Grande do
Sul.
A expectativa é de que, dentro de até sete anos, cerca de 90 madeireiras possam começar a usar
como matéria-prima o eucalipto das florestas de celulose.
Segundo Fausto Rodrigues Alves de Camargo, da área de meio ambiente da VCP, as empresas
certificadoras exigem que pelo menos 2% das florestas plantadas para a produção de celulose
sejam destinadas a outros fins, como produção de mel e de móveis. No caso da VCP, esse
percentual chega a 10% nas florestas do interior de São Paulo.
-As certificadoras exigem que as comunidades das áreas de florestas sintam que, de alguma
forma, estão ganhando com o plantio das árvores - explica.
* Lúcia Ritzel viajou para Helsinque a convite da Stora Enso
(Por Lúcia Ritzel,
Zero
Hora, 24/11/2006)