(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-11-24
Um xarope à base de xaxim (Dicksonia sellowiana) desenvolvido por Elzo Ferreira, gaúcho radicado em Curitiba (PR), vem se constituindo numa promessa concreta de minimizar os sofrimentos causados pela asma, doença que hoje no Brasil ocupa o quarto lugar entre motivos de internações no Sistema Único de Saúde, sendo responsável por cerca de duas mil mortes anuais, conforme dados da Associação Brasileira de Asmáticos – Abra.

Elzo era acadêmico do curso de Administração quando seu pai morreu – de asma -, em maio de 1997. “Revoltado com a doença que o levou, resolvi escrever um projeto com a finalidade de gerar um medicamento que viesse a neutralizar esta enfermidade”, conta.

“Mesmo eu não sendo da área de Saúde, na época os pesquisadores quiseram que eu ficasse na liderança do projeto, até por que eu era o mentor e autor”, diz ele, que acabou, posteriormente, deixando o curso de Administração e prestando vestibular para Farmácia, sendo aprovado em décimo-terceiro lugar.

O xarope, batizado de Asmazol, tem rendido a Elzo projeção internacional e uma situação acadêmica singular. “Ainda sem terminar meu curso de Farmácia e Bioquímica já tenho minha tese de doutorado pronta. Meus orientadores dizem que é o único caso na historia da educação no estado do Paraná”, orgulha-se o pesquisador que, na infância, filho de agricultores, debatia-se entre os sonhos de ser astronauta, piloto de Fórmula 1 e cientista.

Inconformado com a morte do pai, Elzo Ferreira buscou informações com diversos farmacêuticos sobre a asma. “Quando sai da última farmácia, disse para mim mesmo: vou achar a cura para isso”. Oito anos depois dessa decisão aparentemente utópica, em 18 de outubro de 2005, num hotel de Curitiba, Elzo concedia sua primeira entrevista coletiva divulgando o sucesso dos primeiros resultados do medicamento.

O projeto do Asmazol chegou a envolver 25 cientistas, em estudos feitos por duas universidades federais – incluindo a do Paraná -, uma estadual, uma particular, cinco centros de pesquisa e uma clínica médica.

Segundo Elzo, nos estudos farmacológicos em testes de laboratório, os resultados mostraram um índice de inibição da doença da ordem de 95,3% e, em voluntários humanos de diversos países do mundo, o percentual chegou a 98,5%.

Os estudos clínicos no Brasil estão em sua última fase e devem ser concluídos em meados do ano que vem. Mas o xarope já é vendido pela internet, no site www.asmazol.com.

O produto deve chegar às farmácias brasileiras em cerca de dois anos. “A lei aqui é muito mais severa do que nos EUA. Aqui, as companhias farmacêuticas estão esperando o resultado final dos estudos clínicos em um hospital público, processo que já esta em andamento”, diz Elzo, que viaja aos Estados Unidos na próxima semana para uma série de entrevistas.

Lá, duas empresas compraram os direitos de fabricação e devem começar este processo dentro de, no máximo, dois meses.

Manejo sustentável
O xaxim – principal ingrediente do xarope Asmazol - encontra-se ameaçado de extinção devido à sua extração indiscriminada, quase sempre como produto de adorno paisagístico.

Desde 24 de maio de 2001, o Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama - criou a resolução nº. 278, que determina em seu Artigo 1º a proibição do corte e exploração dessa espécie em populações naturais do bioma Mata Atlântica.

O manejo sustentável é, portanto, uma preocupação válida no processo de produção do xarope, já contemplada mediante um protocolo firmado com Departamento de Ciências Agrárias da Federal do Paraná, e também com o professor doutor Hiroshi Ykuta, da Universidade de Brás Cubas, de Mogi das Cruzes, em São Paulo.

Elzo antecipa que, quando retornar da viagem aos Estados Unidos, vai divulgar os termos do protocolo para os que desejarem investir no plantio do xaxim, cuja colheita, visando o fornecimento à indústria farmacêutica, ocorre após três anos a partir da semeadura.

Apesar de dizer que, no aspecto financeiro, o Brasil lhe rendeu “somente tapinhas nas costas e parabéns”, Elzo mostra-se grato a órgãos dos governos do Paraná e federal, sobretudo quanto à orientação técnica de manejo, coleta e transporte da folha.

A Associação das Empresas com Bases Florestais – Apre - no Estado do Paraná é classificada por ele como “uma companheira de batalha”.

“O que geramos foi um filho de muitos pais e mães, e eu sempre digo que o prêmio desta descoberta é dos cientistas; o mérito é de Deus; o orgulho, do Brasil e o beneficio, da humanidade”, coloca Elzo.

Ele adverte que “as pessoas não devem sair pelo mato coletando folha de xaxim e fazendo seus próprios medicamentos porque tem a dosagem certa.”. Alerta ainda que podem pegar uma folha que possa ter sido alvo de agrotóxicos. “Com isso, em vez de cura, as coisas podem piorar”.
(Por Mônica Pinto, AmbienteBrasil, 23/11/2006)
http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=27977

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -