Indústrias querem investir em Cachoeira do Sul, mas reclamam de espera por licenças ambientais
2006-11-24
Representantes dos três maiores empreendimentos da história de Cachoeira do Sul, Granol,
Aracruz e termelétrica CTSul, revelaram quarta-feira (22/11) que esperam por decisões da
Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para se consolidarem como grandes geradores de
emprego e renda na cidade. Sem reclamar de forma hostil, os palestrantes deixaram claro que a
demora da Fepam em emitir as licenças acaba retardando os projetos. O encontro dos empresários
aconteceu durante a reunião descentralizada da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul
(Fiergs), na Sociedade Rio Branco, com a participação de aproximadamente 50 empresários de
cidades da região.
O consultor da Fiergs, Normélio Eckert, avaliou como positiva a reunião de quarta-feira e
resumiu: “Temos a missão de auxiliar nos impasses. Se for formalizado um pedido para
trabalharmos pela agilização de licenças ambientais, poderemos tratar deste assunto, pois
temos conselhos e departamentos que interagem com os órgãos de proteção ambiental”. O
presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires, Vilmar de Oliveira,
articulador da Fiergs para a região do Vale do Rio Pardo, comandou a reunião e ficou
satisfeito com as apresentações. “Somos o elo de ligação dos empresários com a comunidade.
Conhecendo melhor os projetos, poderemos ajudar”, frisou ele.
MILHÕES - Os números apresentados na reunião da Fiergs são de proporções gigantescas.
Somente o orçamento do projeto da termelétrica, que tem a Celetro como sócia, é de 2,4 bilhões
do dólares. O presidente da Celetro, Benemídio Almeida, revelou quarta-feira que estudos
preliminares indicam que Cachoeira do Sul e cidades da região poderão ficar com 350 milhões de
dólares, valor que será investido em mão-de-obra e material de construção. A Granol já
investiu mais de R$ 10 milhões na reforma do antigo complexo da Centralsul e pretende investir
outros R$ 44 milhões na construção de uma fábrica de biodiesel, a Grandiesel. A Aracruz também
já saiu do papel, está empregando 200 trabalhadores na plantação de florestas e projeta
investir R$ 25 milhões para viabilização da hidrovia do Rio Jacuí.
(Por Giuliano Fernandes, Jornal do Povo, 23/11/2006
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