PROTEÇÃO À CAMADA DE OZÔNIO AINDA É FALHA
2001-10-18
Os 180 países signatários do Protocolo de Montreal, contra o uso de substâncias prejudiciais à camada de ozônio, estão reunidos até amanhã (19/10), em Colombo, no Sri Lanka, com o objetivo de ratificar emendas já aprovadas e aumentar as restrições previstas no acordo internacional. As atenções se voltam, em especial, para os países em desenvolvimento, uma vez que a grande maioria dos países industrializados já baniu quase todos os químicos nocivos, cuja lista negra abrange 96 substâncias diferentes. Apesar de ser menor do que o registrado no ano passado, o buraco na camada estratosférica de ozônio sobre a Antártica, este ano, atingiu 38,6 milhões de quilômetros quadrados, quase a soma dos territórios do Brasil e Federação Russa. Nas altas latitudes do Hemisfério Norte, a diminuição na camada de ozônio registrada durante a primavera (mês de março) foi de 20% sobre o Canadá, 30% na Sibéria, 10 a 12% na Europa e 6 a 10% nos Estados Unidos. As medidas são feitas sempre nos meses de primavera, quando o aumento da incidência de raios solares desencadeia as reações químicas com cloro-fluor-carbonos (CFCs), halogênios, freons e outros gases, destruindo o ozônio protetor e deixando passar mais raios ultravioleta. O tamanho do atual buraco ainda é atribuído às emissões antigas de substâncias prejudiciais, que persistem por muitos anos na alta atmosfera. Os efeitos das restrições feitas a partir do Protocolo de Montreal, de 1987, só serão sentidos dentro de mais algumas décadas, 4 a 5, pelo menos. Mas ainda é preciso eliminar os CFCs nos países em desenvolvimento, que hoje respondem pelo consumo de 83% destas substâncias. Por enquanto, o acordo só obriga a uma estabilização da quantidade de CFCs consumida, nos mesmos níveis de 1999. (OESP-17/10)