Areia retirada do Dilúvio será utilizada pelo Departamento de Esgotos Pluviais
2006-11-23
O Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) informou que a areia que está sendo retirada do arroio Dilúvio, em Porto Alegre, será utilizada para o enchimento de valas e o reaterro nas seções de conservação.
O sedimento recolhido pelas dragas cedidas pelo governo do Estado deve passar por um período de secagem de cerca de 15 dias. "Um exame da Ufrgs mostrou que em dez dias os microorganismos acabam morrendo. Só então poderemos usar essa areia ou encaminhá-la para o depósito de inertes", explicou o diretor do DEP, Ernesto Teixeira.
O serviço de dragagem do arroio foi visitado ontem pelo prefeito José Fogaça. Um morador de um prédio próximo ao trecho que está sendo dragado, o sociólogo Daniel Bauer, reclamou do barulho durante a madrugada, quando os caminhões estão recolhendo o material retirado do fundo do arroio. "Eles trabalham até 3h", disse. O prefeito prometeu conversar com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) para tentar modificar o horário de serviço. "Vamos buscar antecipar o recolhimento para evitar transtornos aos moradores", explicou.
O prefeito ressaltou a importância da dragagem, que não era realizada desde 2002, para evitar alagamentos. "No ano passado, faltaram dois centímetros para o transbordamento do arroio", lembrou. Segundo Fogaça, a retirada de entulho e lixo do Dilúvio comprova que não são apenas as pessoas com baixo poder aquisitivo que sujam o local. "Encontramos material de consumo de alta qualidade, como garrafas de uísque. O Dilúvio só será salvo com a conscientização de toda a população", afirmou.
O DEP vai realizar a dragagem em todos os 15 quilômetros do Dilúvio. A expectativa é retirar 300 mil toneladas de sedimentos. No primeiro trecho - entre a rua Santa Cecília e a avenida Silva Só - o serviço deve demorar três meses. Aproximadamente 3,3 toneladas de material já foram recolhidos pelos caminhões. O arroio Cavalhada também passará por um processo de dragagem.
(Jornal do Comércio, 23/11/2006)
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