Seca obriga produtor a irrigar
2006-11-23
A semana foi marcada pelo forte calor e pela ausência de chuva na maior parte das regiões até o domingo, quando uma frente fria chegou ao Estado trazendo chuvas intensas, mas de pequeno volume para o Vale do Ribeira, o Vale do Paraíba e as regiões sul, central e norte. A temperatura máxima manteve-se acima de 32 graus em praticamente todo o Estado, chegando a 35 graus em Votuporanga, Ilha Solteira, Jaboticabal e Presidente Prudente.
A redução das chuvas, associada com taxas de evapotranspiração entre 4 e 5 milímetros por dia, baixou a umidade do solo até níveis considerados críticos em algumas regiões. Em Votuporanga e Ilha Solteira a reserva de água no solo está abaixo de 30% da capacidade máxima de retenção, afetando lavouras de milho, soja e algodão sem irrigação. Os níveis de umidade não afetaram a extração de látex nos seringais e a produção de biomassa nas pastagens.
No Vale do Paranapanema e no norte, onde estão Miguelópolis e Barretos, não ocorreu estresse por falta d’água, mas há preocupação com o milho e a soja semeados recentemente. É necessário, porém, que ocorram chuvas semanais de pelo menos 20 milímetros para manter elevado o potencial de produção dessas culturas. No sul do Estado, graças às temperaturas mais amenas, a queda de umidade do solo foi menor, o que tornou as lavouras menos dependentes da chuva para assegurar bons níveis de produtividade.
Colheita e Transporte
As condições do tempo foram ótimas para a colheita e o transporte em todo o Estado. Apenas em Campinas e Iguape houve pequenas paralisações por causa da chuva, mas sem trazer maiores dificuldades às áreas de produção de frutas, banana e chá.
Nas áreas de uva niágara de Jundiaí e Indaiatuba; de uva itália de Jales; de tomate em Sumaré e Mogi-Mirim; de feijão em Itapeva e Capão Bonito e de hortaliças e legumes em Mogi das Cruzes, Piedade e Sorocaba, a irrigação foi utilizada intensamente ao longo da semana.
Nesses locais - o que é normal no Brasil - é comum que a aplicação de água exceda as necessidades das culturas. Por isso, os produtores devem manejar com critério a irrigação para evitar gastos desnecessários, não prejudicar os mananciais e desequilibrar o ambiente.
(Por Fábio Marin, O Estado de S. Paulo, 22/11/2006)
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