Carvão: produção sob risco em Minas
2006-11-23
Em dois ou três anos o abastecimento de carvão vegetal - insumo fundamental para o setor guseiro - no Estado pode ser seriamente afetado, segundo o presidente da Associação Mineira de Silvicultura (AMS), Germano Aguiar Vieira. De acordo com ele, o déficit entre oferta e demanda de eucaliptos e a pressão da sociedade pelo fim da utilização de matas nativas são os principais motivos para o agravamento da crise. Atualmente, o Estado planta cerca de 160 mil hectares por ano, ante consumo de 220 mil hectares.
Contudo, segundo Vieira, para que haja equilíbrio no ciclo produtivo do eucalipto, é necessário que a área destinada para a plantação seja de, aproximadamente, 1,5 milhão de hectares, já que uma árvore demora, em média, sete anos para atingir a maturidade. "Hoje, a área plantada em Minas é de cerca de 865 mil hectares", disse.
Minas Gerais utiliza por ano 25 milhões de metros cúbicos de eucalipto, sendo que a produção estadual é de apenas 15 milhões de metros cúbicos, conforme dados da AMS. Os 10 milhões restantes são provenientes da Bahia, Goiás e Mato Grosso, além do consumo de florestas nativas ou de árvores das áreas remanejadas para o pasto. "Acredito que só iremos igualar a demanda e a oferta em 2015. Em se tratando de árvores e florestas, não há como pensar em curto prazo", ressaltou.
(Diário do Comércio – MG, 22/11/2006)
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