O Corredor Central da Mata Atlântica, formado por 12 milhões de hectares dos estados da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais, será o tema central de duas oficinas que a Aliança para a Conservação da Mata Atlântica, parceria entre as ONGs Conservação Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica, realiza na próxima semana em Porto Seguro (BA).
A necessidade das capacitações foi apontada durante a realização do workshop de planejamento para a implantação do corredor. A primeira oficina, de Comunicação Comunitária, realizou-se de domingo (19/11) a terça-feira (21/11) e reuniu membros de associações, entidades e órgãos governamentais envolvidos em atividades de conservação ambiental. Na seqüência, de hoje (23/11) a sábado (25/11), as ONGs reunirão profissionais de comunicação para a Oficina de Jornalismo Ambiental.
As duas ações contam com recursos do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF), uma parceria entre Conservação Internacional, Global Environment Facility, governo do Japão, Fundação John D. and Catherine T. MacArthur e Banco Mundial, em favor dos hotspots, as áreas ecologicamente mais ricas e ameaçadas do planeta.
Na Oficina de Comunicação Comunitária serão abordados desde a Teoria da
Comunicação até experiências práticas de produção de informativos e
exposições fotográficas. As facilitadoras são Isabela Santos e Sandra
Damiani, gerente e comunicadora da Conservação Internacional. “Levantamos as expectativas e necessidades dos participantes para podermos definir quais atividades práticas seriam mais condizentes com a realidade da região”, explica Isabela.
Já no encontro para cerca de 20 profissionais de Jornalismo, especialistas
apresentam informações e conhecimentos sobre biodiversidade, características da Mata Atlântica, contexto do Sul da Bahia, discutem a criação de instrumentos financeiros para a conservação ambiental e os desafios do Jornalismo Ambiental. As palestras serão ministradas por Adalberto Wodianer Marcondes, diretor responsável da Agência Envolverde; Adriano Paglia, biólogo da Conservação Internacional (CI-Brasil); Carlos Eduardo Frickmann Young, professor de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Jean-François Timmers, consultor da Associação Flora Brasil; Luiz Paulo Pinto; diretor do Programa da Mata Atlântica da CI-Brasil; Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica; Milene Maia Oberlaender, chefe do Parque Nacional Monte Pascoal; Roberto Xavier de Lima, coordenador do Projeto Corredor Ecológico Central da Mata Atlântica do Ministério do Meio Ambiente; Rui Rocha, diretor do Instituto Floresta Viva.
“A comunicação é uma peça importante do processo de implantação efetiva do Corredor Central da Mata Atlântica”, observa Érika Guimarães, coordenadora da Aliança para a Conservação da Mata Atlântica. “Esperamos contribuir com os gestores locais para que as informações circulem de uma forma eficiente e cheguem aos públicos que precisam ser sensibilizados para a importância da conservação da Mata Atlântica nesta região. É um trabalho de multiplicação de conhecimentos.”
O corredor de biodiversidade é um conceito de conservação do meio ambiente que delimita uma área de grande diversidade biológica e propõe a atuação com uma abordagem de planejamento regional. O objetivo é integrar áreas com diferentes formas de uso e ocupação, como parques e reservas, áreas de cultivos e pastagens, centros urbanos e atividades industriais, estimulando atividades antrópicas menos impactantes e possibilitando a conexão desses fragmentos florestais. Desta forma, assegura a sobrevivência das espécies, o equilíbrio dos ecossistemas e o bem-estar humano.
O Corredor Central da Mata Atlântica equivale a 12 milhões de hectares e
cobre regiões da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Para conhecer mais
sobre a região e as atividades desenvolvidas no sentido de efetivar este
trabalho conjunto, visite o portal
Corredores. Este site foi criado em 2005 e visa a disseminar informações, fomentar o debate e incentivar a participação de instituições ambientalistas, cientistas e da sociedade em geral nas decisões ambientais da região.
Assim, reúne todo tipo de informação sobre os corredores, desde dados biológicos, mapas, passando pelas organizações atuantes na região, eventos, leis e programas de governo, até as redes de articulação existentes em torno do tema. É uma ferramenta interativa e de administração descentralizada, de forma a que todos os interessados possam compartilhar dados e conhecimento por meio da inserção,
acesso e/ou sugestão de notícias, artigos, eventos, materiais
institucionais, vídeos, livros, mapas, campanhas, dentre outros.
(Por Ana Ligia Scachetti, Voice Comunicação Institucional,
22/11/2006)