Representantes de mais de 30 países assinaram um acordo na terça-feira para a construção do reator de fusão nuclear mais avançado do mundo. A usina tem como objetivo desenvolver uma fonte de energia barata e abundante que possa substituir os combustíveis fósseis. Depois de meses de debate, a França bateu o Japão no ano passado em sua tentativa de abrigar o projeto de 10 bilhões de euros (12,8 bilhões de dólares). O Reator Experimental Termonuclear Internacional (Iter, na sigla em inglês) será instalado em Cadarache, perto de Marselha.
Em cerimônia comandada pelo presidente francês, Jacques Chirac, representantes da União Européia, dos Estados Unidos, Japão, Índia, Rússia, Coréia do Sul e China assinaram o acordo Iter no palácio presidencial em Paris, finalizando o projeto após anos de negociações. "Se nada mudar, a humanidade terá consumido, em 200 anos, a maior parte dos recursos de combustíveis fósseis acumulados durante centenas de milhões de anos", disse Chirac, ressaltando a importância do projeto. "O projeto Iter é a vitória do interesse geral da humanidade", acrescentou o mandatário francês.
O reator Iter tem como objetivo transformar água do mar em combustível ao imitar a maneira como o Sol produz energia. Os simpatizantes do projeto afirmam que a energia produzida será mais limpa que a gerada por reatores nucleares experimentais. Apesar disso, críticos afirmam que pode levar ainda 50 anos para que um reator comercialmente viável seja construído, se é que poderá ser.
Diferente dos reatores de fissão nuclear, que produzem energia ao dividir átomos, o Iter vai gerar eletricidade com a combinação de átomos. Apesar de décadas de pesquisas, reatores experimentais de fusão têm se mostrado incapazes de produzir mais energia do que a quantidade que consomem para funcionar.
(
Reuters, 21/11/2006)