Estudo alerta risco ambiental de lixos eletrônicos na Austrália
2006-11-22
Os australianos, um dos maiores consumidores de computadores no mundo, produzem uma taxa muito elevada de resíduos eletrônicos ("e-waste"), advertiu na segunda-feira (20/11) o Escritório de Estatística autraliano em relatório publicado. Segundo o estudo, essa tendência ameaça uma possível crise de dimensões impossíveis de serem avaliadas - já que muitos componentes têm substâncias contagiantes e tóxicas. O setor de tecnologia da informação (TI) pede ao governo uma norma nacional sobre reciclagem e eliminação do lixo eletrônico.
Segundo as estimativas oficiais na Austrália, com uma população de apenas 20 milhões de habitantes, para o fim deste ano um total de 8,7 milhões de computadores serão jogados fora. Não há estimativas sobre quantos aparelhos, entre gravadores de vídeo, leitores de DVD, fornos de microondas, telefones celulares, câmeras fotográficas digitais e outros que terminam no lixo. "É um problema oculto. Ninguém conhece suas dimensões reais", dizem os pesquisadores.
Segundo o escritório de estatísticas, os australianos compram mais de 2,4 milhões de computadores por ano, e mais de 1 milhão de televisores. Nos próximos anos, serão substituídos 9 milhões de computadores, 5 milhões de impressoras e 2 milhões de scanners. A Australian Information Industry Association, que compreende os principais fabricantes e comerciantes de computadores, diz que o setor favorece ao material reciclado e que algumas companhias aceitam máquinas velhas quando o cliente compra um novo.
Segundo o relatório do Escritório, muitos produtos eletrônicos contêm substâncias perigosas que causam riscos ambientais se forem enterrados. Monitores e os velhos tubos catódicos de televisão, por exemplo, contêm uma quantidade alta de mercúrio, níquel, zinco, bromo, além de outras substâncias.
"Alguns destes materiais são persistentes e podem ser concentrados em altos níveis na cadeia alimentar", escrevem os autores. As administrações locais organizam, por sua parte, cada vez mais depósitos de resíduos eletrônicos em locais públicos e em estacionamentos de fácil acesso, para depois entregar a empresas especializadas na desmontagem e reciclagem.
(Folha Online, 21/11/2006)
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