Preocupadas com o atraso na conclusão do zoneamento ambiental do Rio Grande do Sul, as três fabricantes de celulose com projetos de instalação no Estado negociam com as autoridades ambientais a prorrogação do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), espécie de licença provisória por meio da qual iniciaram a preparação de mudas para o plantio de florestas na Metade Sul.
A licença provisória da Stora Enso, da Aracruz e da VCP expiram no dia 31 de dezembro. Como até lá não há possibilidade de o zoneamento ser concluído, as empresas terão de paralisar as atividades, o que significa risco de desligamento para cerca de 5,5 mil produtores envolvidos nos três projetos. Zoneamento é o estudo que definirá áreas onde podem ser plantadas florestas.
- Não há como simplesmente paralisar os viveiros, e não temos a menor expectativa de que o zoneamento seja concluído antes de julho de 2007. A solução é prorrogar o TAC - afirmou ontem Renato Rostirolla, gerente de florestas da Aracruz, empresa que já investiu US$ 87 milhões no preparo das mudas.
A transição no governo do Estado é um fator a mais a retardar o processo, diz Otávio Pontes, da Stora Enso:
- Já nos reunimos com a equipe da governadora eleita e estamos com uma boa negociação, mas é necessário um tempo até as mudanças ocorrerem - diz o executivo da Stora Enso, que tem 400 produtores já trabalhando nos preparativos do plantio e cuja projeção é de iniciar o cultivo de 15 mil hectares até o fim de 2007.
O TAC foi elaborado considerando que o zoneamento estaria pronto no fim de agosto. Ontem (21/11), a Fepam informou que promete concluir o estudo dentro de 30 dias, antes do encerramento da atual gestão.
Lúcia Ritzel viajou para a Finlândia a convite da Stora Enso
Saiba mais
Aracruz, Stora Enso e VCP pretendem construir no Estado fábricas de celulose avaliadas em US$ 4 bi, e devem estar prontas daqui a sete ou oito anos.
(Por Lúcia Ritzel,
Zero Hora, 22/11/2006)