A Secretaria Executiva do Forum Carajás questiona o fato de a Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Maranhão ter concedido licenciamento ambiental de empreendimento de reflorestamento com a cultura de eucalipto da empresa Margusa. De acordo com o Fórum, a análise do Estudo de Impacto Ambiental não observa a área de abrangência do empreendimento - que consiste em 71 mil hectares de Cerrado leste maranhense e da transição Cerrado-Semi-árido, que atingem oito municípios.
O Forum se refere às cidades de Urbano Santos, Belágua, São Benedito do Rio Preto, Anapurus, Mata Roma, microrregião de Chapadinha, Santa Quitéria, Santana do Maranhão e São Bernardo, microrregião do Baixo Parnaíba. Por envolver tantos aspectos, desde os ambientais aos econômicos, o Fórum acredita que é preciso haver um debate aberto e profundo sobre o assunto.
"Por si só, as dimensões geográfica, econômica, social e ambiental do empreendimento de reflorestamento que a Margusa sonha erguer no Cerrado leste maranhense para aplacar sua fome de energia de 540 mil metros cúbicos ao ano de carvão vegetal para produzir 200 mil t/ano de ferro gusa descambariam para inúmeros e intensos debates da empresa com a Secretaria de Meio Ambiente do estado do Maranhão, com as ONGs e com as comunidades residentes nas cidades e nas regiões próximas ao empreendimento", descreve o jornalista Mayron Régis.
Em seu texto, ele acrescenta ainda que "as grandes empresas ojerizam processos ditos democráticos e que demandam tempo e dinheiro, dinheiro que sai dos seus caixas para complementações de estudos ambientais e dinheiro que não entra porque o empreendimento ainda não funciona".
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Adital, 21/11/2006)