Setor industrial defende gerenciamento da água que preserve bacias hidrográficas
2006-11-21
A indústria, segundo maior usuário dos recursos hídricos no país de acordo com levantamento da Agência Nacional de Águas (ANA), aposta num sistema de gerenciamento da água voltado para a preservação das bacias hidrográficas.
A informação consta do Caderno Setorial de Recursos Hídricos, tema Indústria e Turismo. A publicação faz parte do Plano Nacional de Recursos Hídricos e reflete a influência das exigências ambientais cada vez mais presentes em todo tipo de atividade com impacto no meio ambiente.
“A indústria considera o plano um instrumento ainda mais eficaz que o próprio Sistema Nacional de Meio Ambiente, no qual os instrumentos são de comando. O plano de recursos hídricos é descentralizado, sua confecção foi participativa. Achamos que ele pode ser a solução para os conflitos no uso da água”, afirmou Patrícia Bóson, representante do setor industrial pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) no Conselho Nacional de Recursos como membro suplente.
Um dos conflitos que a indústria espera ver resolvido com a implementação do plano é o uso da água no saneamento. Segundo Patrícia Bóson, além do plano de recursos hídricos, o setor de saneamento só será ambientalmente viável no uso da água com a aprovação de política específica para o setor e com mais investimento.
“O principal desafio para o setor industrial é a melhoria de condição do saneamento. Para não captar água suja, a indústria faz um pré-tratamento porque precisa de água muito limpa. E, mais, quando trata seus efluentes para não devolver água suja isso passa despercebido porque o rio já vem poluído por haver despejo de esgoto sem tratamento”, disse.
Outro problema que a representante da indústria vê é o que se chama de disponibilidade hídrica, ou seja, oferta de água. Em algumas regiões hidrográficas, não há água suficiente para todos os usos, já que a prioridade por lei é o consumo humano. É o caso das bacias hidrográficas no Ceará, estado onde a indústria tem mostrado larga expansão, mas cuja disponibilidade está abaixo da demanda.
(Por Lana Cristina, Agência Brasil, 20/11/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/11/20/materia.2006-11-20.2498221597/view