CGTEE faz investimento para diminuir emissões de gases poluentes
2006-11-21
Em até 15 dias, a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) deve publicar o edital que viabilizará a compra de dois dessulfurizadores para a Usina Presidente Médici Fase A e de mais dois equipamentos de controle de emissões para a Usina Presidente Médici Fase B. Trata-se de um investimento que supera o patamar de US$ 50 milhões.
"Isso reduzirá praticamente a zero a agressão ao meio ambiente", afirma o presidente da CGTEE, Sereno Chaise. Sobre o cronograma da Fase C da Usina Termelétrica Presidente Médici (também conhecida como Candiota 3), Chaise informa que ele está sendo desenvolvido dentro do previsto. A partir de janeiro se iniciam as obras civis da termelétrica. Em janeiro de 2010 a usina deverá entregar a energia que foi comercializada em leilão.
Outra termelétrica a carvão que pode ser construída no município de Candiota é o projeto Seival, conduzido pela Copelmi Mineração. O investimento necessário para efetivar a usina, que terá capacidade para gerar até 500 MW (cerca de 14% da demanda média de energia do Estado), é estimado em US$ 750 milhões. A grande expectativa dos empreendedores é de que o complexo seja vitorioso e comercialize sua energia no leilão que deve ocorrer em abril do próximo ano.
"Estamos com uma arma de um tiro só", compara o diretor presidente da Copelmi Mineração, Carlos W. de Faria. O diretor explica que depois de 2007, a energia a ser gerada por Seival vai ser considerada "velha" e então será necessário realizar um novo processo de autorização na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de licença ambiental, entre outros requisitos.
A Copelmi, futuramente, pretende se desfazer da sua participação na usina ficando responsável apenas por fornecer o combustível à termelétrica. Um consórcio formado por Eletrobrás e Cemig deve ficar com 49% do empreendimento. O líder do investimento será escolhido pelo banco Rio Bravo. Manifestaram interesse em participar da usina Seival as companhias: Endesa, EDP, Pactual/Sithe, Tractebel, Neoenergia e Petrobras Energia. A Copelmi espera comercializar em torno de 3 milhões de toneladas de carvão ao ano para a usina Seival.
Tanto Chaise quanto Faria participaram ontem de audiência pública da Subcomissão de Energia realizada na Assembléia Legislativa. Na próxima reunião, que será realizada na segunda-feira, deverão estar presentes representantes da Fepam e do Ibama para debater a questão ambiental relativa aos empreendimentos energéticos.
De acordo com Faria, uma discussão ambiental, como a que enfrenta atualmente a usina Jacuí 1, preocupa o empreendedor do setor de energia. A Justiça Federal recentemente suspendeu a licença ambiental da termelétrica Jacuí 1. "Não havia motivo, não havia sido iniciada a obra e cassaram a licença", argumenta Faria. O deputado estadual Valdir Andres (PP), presidente da Subcomissão de Energia, teme que a suspensão da licença possa implicar um atraso no projeto, mas Andres não acredita que o empreendimento será suspenso.
Outro complexo que teve seu cronograma prejudicado devido ao questionamento legal foi o do parque eólico de Tramandaí. Recentemente, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região julgou o mérito do agravo de instrumento impetrado pela Elebrás/Innovent pedindo a manutenção do seu contrato com a Eletrobrás para construir um parque eólico de 70 MW em Tramandaí. Por unanimidade, três desembargadores do TRF confirmaram a validade e a continuidade do contrato de compra e venda de energia. A mudança de local de implantação do empreendimento gerou a controvérsia judicial. O diretor da Innovent no Brasil, Paulo Yazbek, espera começar as obras do parque eólico gaúcho em 2008 e concluir o empreendimento ao final do mesmo ano. Serão investidos no complexo em torno de R$ 320 milhões.
(Jornal do Comércio, 21/11/2006)
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