Inglaterra quer reduzir em 60% emissões de CO2 até 2050
emissões de co2
2006-11-21
Em discurso, a Rainha da Inglaterra anunciou recentemente que as emissões de dióxido de carbono serão reduzidas em 60% até 2050, com bases no nível de 1990. As metas serão divididas por períodos de cinco anos e um “comitê de carbono” independente será criado para monitorar o progresso.
Ambientalistas defendem metas anuais e membros dos partidos Conservador e Liberal Democrata esperam acentuar ainda mais as medidas, na tentativa de manter o status da Inglaterra como líder na luta contra as mudanças climáticas.
"Atualmente, há um apoio surpreendente para novas leis com objetivo de reduzir as emissões de dióxido de carbono na Inglaterra em pelo menos 3% a cada ano," disse o diretor da organização ambientalista Friends of the Earth, Tony Juniper. "Esperamos que os ministros aproveitem a oportunidade, e tornem a Inglaterra líder mundial no desenvolvimento de uma economia de baixa emissão de carbono".
As emissões globais estão aumentando em cerca de 3% ao ano. A Inglaterra contribui com somente 2% das emissões mundiais de dióxido de carbono; assim outros países precisam seguir o exemplo para que sejam atingidas reduções globais.
Grandes ambições
Ainda não é claro como esta meta, muito além das exigidas pelo Protocolo de Kyoto, será alcançada. "Será necessário uma combinação de medidas, incluindo eficiência energética, negociação de carbono, captura de CO2, e uma implantação mais veloz de tecnologias de combustíveis não fósseis, incluindo energia nuclear," prevê o diretor do Instituto de Engenheiros Químicos da Inglaterra, Andrew Furlong.
O secretário do Meio Ambiente, David Miliband, também propôs uma extensão do atual esquema de comércio de emissões, incluindo empresas como hotéis e supermercados, além das usinas de energia e unidades industriais, já incluídas no esquema. Mas o governo parece dividido sobre a sua aplicação.
Outra área que deve entrar no esquema é o setor da aviação. Esta semana a Comissão Européia declarou que pretende impor limites nas emissões da aviação comercial a partir de 2011.
Segundo a proposta, todas as companhias aéreas que utilizam aeroportos europeus estarão sujeitas a limites sobre a quantidade de dióxido de carbono emitida. As companhias poderão comprar e vender 'permissões' para se manter dentro dos limites, da mesma maneira que outros setores industrias já negociam suas emissões no mercado.
A medida marca o primeiro passo em direção a inclusão da indústria da aviação no mercado global de carbono, mas a proposta deve causar desentendimentos com as companhias aéreas internacionais. As companhias com base nos Estados Unidos, por exemplo, não devem acolher as regras. A proposta "pode levar a uma retaliação de países fora da União Européia", disse a porta-voz da British Airways, Abigail Moore.
(Por Fernanda Muller, CarbonoBrasil, 20/11/2006)
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