Hidrelétricas brasileiras podem prejudicar meio ambiente, afirma Bolívia
2006-11-21
Em carta enviado ao governo brasileiro, o ministro das Relações Exteriores boliviano, David Choquehuanca, manifestou preocupação com a possibilidade de danos ao meio ambiente provocados por um projeto brasileiro que prevê a construção de duas usinas hidrelétricas na fronteira entre Brasil e Bolívia.
A carta foi enviada ao chanceler Celso Amorim em 7 de novembro e divulgada nesta terça-feira. O texto aborda o plano brasileiro de construir as usinas Jirau e Santo Antônio no rio Madeira, que serve de limite natural com a região norte da Bolívia.
Choquehuanca teme que parte do território boliviano, onde está concentrada a produção de castanha, possa ser inundado. Além disso, o ministro boliviano afirma que a obra pode causar danos à população de peixes da bacia, com uma provável queda do potencial pesqueiro. Segundo a carta do chefe da diplomacia boliviana, o Brasil já aceitou iniciar conversas com a Bolívia a respeito da construção de uma geradora hidroelétrica na Cachoeira Esperança, próxima à fronteira.
Choquehuanca lembrou que Brasil e Bolívia têm vários acordos para a preservação dos recursos naturais, assim como para promover o Projeto Madeira-Mamoré, para conseguir a integração física entre os dois países. Ele propôs uma articulação "com obras conjuntas que beneficiem igualmente" ps dois lados. A primeira queixa boliviana foi apresentada dia 29 de setembro passado, pela ONG Fórum Boliviano do Meio Ambiente.
(EFE, 21/11/2006)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u101993.shtml