Educação ambiental e extração clandestina de palmito juçara (Euterpe edulis): o caso do Parque Estadual "Carlos Botelho"(SP)
2006-11-21
Tipo de trabalho: Dissertação de Mestrado
Instituição: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP)
Ano: 2003
Autor: Maria Cláudia Nogueira
Contato: mcnoguei@esalq.usp.br
Resumo:
Neste trabalho investigou-se planos e ações de educação ambiental do Parque Estadual “Carlos Botelho” (PECB) buscando possíveis relações com os distúrbios antrópicos em seu interior causados pela extração clandestina de palmito (Euterpe edulis). Esta área é considerada uma Unidade de Conservação de Proteção Integral e abrange 37.644,36 ha localizados na região sul do Estado de São Paulo. Sua porção que pertence ao Vale do Ribeira, em conjunto com outras unidades de conservação (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira e Parque Estadual Intervales), compõem um importante continuum ecológico do estado de São Paulo. Entre 1988 a 1994, apesar do poder público não destinar recursos institucionais para a formalização de atividades educacionais no PECB, iniciam-se as atividades de educação ambiental nessa área com o apoio financeiro do World Wildlife Fund (WWF) e da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. A partir da coleta e analise dos processos técnico-administrativos, dos relatórios de projetos e das atas de reunião do Parque, referentes ao período de 1988 a 2000, obteve-se os elementos necessários para compreender o histórico do Programa e sua fundamentação pedagógica. A metodologia adotada foi a de estudo de caso. Foram compilados também dados secundários sobre a extração de palmito na polícia ambiental e delegacia da região e realizadas entrevistas com indivíduos que, de algum modo, estão ligados à rede de extração de palmito e à população do entorno. Foi elaborado um diário de campo, com registros fotográficos e registros de reuniões entre setembro de 1999 a novembro de 2000, onde se registrou as atividades do Programa de Educação Ambiental e Uso Público do Parque. Neste contexto, procurou-se identificar a forma com que os distúrbios antrópicos, mais especificamente a extração clandestina de palmito, são trabalhados na gestão do Parque e mais especificamente no Programa de Uso Público, no subprograma de educação ambiental. Constata-se a carência de um tratamento mais aprofundado do conflito como estratégia privilegiada para se fazer educação ambiental.