O Plano Nacional de Energia Elétrica, elaborado pelo ministério de Minas e Energia com as projeções do setor para daqui a 30 anos, prevê o crescimento no número de usinas hidrelétricas.

A matriz de energia elétrica conta hoje com a participação de 70,6% da hidroeletricidade, com 140 usinas em operação. O ministério tem em andamento 12 estudos de avaliação ambiental integrada, inventário e viabilidade em bacias de São Paulo, Goiás, Piauí e na região amazônica.

O Brasil usa energia hidrelétrica desde o final do século 19. Mas foi nas décadas de 60 e 70 que se intensificou a construção dessas unidades de geração de energia.

A partir dos anos 80, o setor elétrico entrou para o centro dos debates, devido ao impacto que os empreendimentos na área causaram ao meio ambiente. Essas constatações estão presentes nos Cadernos Setoriais de Recursos Hídricos, lançado recentemente pelo Ministério do Meio Ambiente.

Os cinco volumes - que trazem como título os principais usuários dos recursos hídricos no país (energia hidrelétrica, saneamento, indústria e turismo, agropecuária e transporte hidroviário) - têm por objetivo levar aos gestores públicos e privados como é o consumo de cada setor, a expectativa de crescimento e a conseqüente expansão do uso da água, bem como quais são os principais desafios para tornar a gestão sustentável.

“A água hoje é vista do ponto de vista de seus usos múltiplos. O Plano Nacional de Recursos Hídricos, lançado no início de 2006, é um instrumento político e institucional que vai ajudar cada setor a elaborar seus planos estratégicos, levando em conta diretrizes que respeitam a conservação do recurso hídrico”, comenta o diretor do Programa de Estruturação da Secretaria de Recursos Hídricos, Márley Caetano de Mendonça.

Os cadernos traçam um panorama do setor desde que a água é usada como fonte geradora de energia no país; registra o histórico das bases legais que regulavam o uso da água antes da lei que criou a Política Nacional de Recursos Hídricos, em 1997; e mostra que o setor tende a expandir.

Segundo o documento, a prioridade em implementar usinas no Brasil ocorre pelo grande potencial hidrelétrico brasileiro e aos baixos custos do empreendimento.
(Por Lana Cristina, Agência Brasil, 19/11/2006)
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