Passo Fundo como uma das únicas cidades brasileiras com mais de 70% do esgoto tratado. Com a conclusão do projeto para a construção de uma terceira estação de tratamento de esgoto na cidade ainda este ano, Passo Fundo deverá ter 70% do esgoto tratado. A concretização das estações depende da disponibilização de recursos

Considerada uma marca quase inatingível para a atual realidade do país, o município deve chegar a esse percentual. Pelo menos projetos existem para atingir a meta. Com a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Araucária já em funcionamento, o projeto já concluído de construção de outra no bairro São José e um terceiro sendo elaborado, a cidade passará a ter mais de 50% do esgoto tratado.

De acordo com informações da Corsan, o projeto da terceira ETE deverá ser concluído até o final deste ano. Sem orçamento previsto, a estação do Pinheiro Torto será construída em uma área após o Garden, atrás do bairro Nenê Graeff. Conforme o superintendente da companhia, Vladimir Rezende, o plano da rede coletora já está pronto. "Apesar de só faltar o da estação e ter prazo para ser finalizado em 2006, ainda não há previsão de quando devem iniciar as obras", explica. O plano da ETE do Pinheiro Torto está sendo desenvolvido pela superintendência de projetos, em Porto Alegre. "O importante é que já temos programas para o tratamento de 70% do esgoto", garante Vladimir Rezende.

Disponibilização de recursos
O projeto da segunda ETE de Passo Fundo, no bairro São José, já está concluído e foi divulgado há quase um mês, o orçamento é de R$ 11,5 milhões. De acordo com Rezende, a concretização dos planos depende da disponibilização de recursos. "Se conseguirmos dinheiro, poderá ser mais rápido", declara.

A companhia tem a concessão do esgoto em 48 municípios gaúchos. Atualmente, Santa Maria e Torres são as cidades, em que o percentual de tratamento é maior. Segundo dados da Corsan, Santa Maria tem 53% do esgoto tratado e Torres 48%. Ainda funcionando parcialmente, a ETE Araucária consegue tratar, hoje, 20% do esgoto de Passo Fundo. Com a conclusão das redes coletoras, chegará a 50%.

As estações
ETE Araucária - Inaugurada em julho deste ano, a ETE Araucária tem capacidade para tratar 50% de todo esgoto produzido na zona urbana de Passo Fundo. Devido à falta da rede de coleta, a estação trata apenas 20% do esgoto. "Só a estação custou R$ 5,2 milhões. Agora se for contabilizado o interceptor da Vila Annes até a Victor Issler, a estação de esgoto da Victor Issler e a linha de recalque, a companhia gastou mais de R$ 15 milhões em obras", explica Vladimir Rezende.

ETE no São José - Há quase um mês, a Corsan anunciou a construção de uma segunda estação de tratamento de esgoto em Passo Fundo. Desta vez, será executada no bairro São José. Orçado em R$ 11,5 milhões, o investimento ainda depende da disponibilização de verbas, mas já está com o projeto concluído. A estação tratará mais 2% do esgoto da cidade, todo do São José. "O bairro é espalhado e não tem prédios, por isso é mais concentrado", detalha o superintende da Corsan.

ETE Arroio Torto - A estação é a grande novidade para Passo Fundo. Ainda em fase de desenvolvimento, o projeto da estação Arroio Torto será a terceira e deve ser construída em uma área após o Garden, atrás do bairro Nenê Graeff. Ao todo, terá capacidade de tratar 18% do esgoto produzido na cidade. "Ainda não há orçamento. Somente quando o projeto estiver concluído saberemos qual é o valor e o possível prazo, que depende de recursos", explica. Com a capacidade de 50% de tratamento da Araucárias, 2% da São José e mais 18% da Arroio Torno, o município chegará à marca de 70%. "Claro que começamos com um índice baixo, mas a médio ou longo prazo, chegaremos a esses números. Tudo também depende de verbas", declara Rezende.
(O Nacional, 17/11/2006)
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