Cerca de 180 fotos e textos explicativos envolvendo o trabalho de uma equipe de dez fotógrafos, estarão expostos a partir deste domingo (19/11) no saguão da estação São Leopoldo da Trensurb. As fotos integram a exposição que pretende atingir mais de 150 mil usuários do trem e retrata a tragédia de 8 de outubro, quando mais de um milhão e meio de peixes morreram, no maior desastre ecológico já registrado no Rio dos Sinos.

A exposição é organizada pelo Instituto Martim Pescador e retrata, passo-a-passo, os momentos da mortandade. Desde a descoberta dos primeiros peixes mortos, fato registrado por ocupantes do barco que leva o nome do instituto. A embarcação voltava de um passeio pelo rio no momento em que os peixes começaram a morrer, junto à foz do arroio Portão, próximo ao Pesqueiro, no município de Sapucaia do Sul.

Segundo Henrique Prieto, presidente do instituto e responsável por mais de 90% das fotos expostas, a proposta de levar as imagens à estação da Trensurb é alertar a comunidade sobre a tragédia e sensibilizar, por meio das imagens, provocando seu envolvimento com a causa ambiental.

Dentre as fotos há registros de mobilizações realizadas após a mortandade, como o abraço simbólico que o Sinos recebeu na semana seguinte ao desastre. Há registros de reuniões e de toda a mobilização para retirada dos peixes mortos da água. O Instituto Martim Pescador contabilizou 16 espécies de peixes mortos. Há fotos de cada uma delas e textos técnicos destacando a sua importância para o ecossistema do rio, além, de trabalhos desenvolvidos por crianças durante expedições no Sinos, posteriores ao 8 de outubro.

A exposição fica aberta no horário de funcionamento do metrô e permanece na estação São Leopoldo até 5 de dezembro. O local recebe uma média de 10 mil passageiros por dia. 'Se 10% deles pararem para ver as imagens e 10% desses mudarem sua conduta ambiental, já terá valido a pena', destaca Prieto.
(Correio do Povo, 19/11/2006)
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