Lixo no chão é realidade comum no Centro de Porto Alegre
2006-11-20
A sujeira tem afetado a paisagem e preocupado quem mora ou circula pelo Centro com freqüência. Faltam lixeiras e o lixo é jogado no chão por pedestres e motoristas. Segundo o vice-presidente da Associação dos Moradores do Centro, João Hélbio Carpes Antunes, o número reduzido de lixeiras, aliado à falta de consciência de quem joga papéis no chão, deprecia importantes vias. No período das festas de final de ano, aumenta o volume de resíduos produzidos e também o fluxo de carrinheiros na região, segundo informações do DMLU. 'No Gasômetro, por exemplo, não existem lixeiras. Depois do final de semana, a situação é lastimável na orla', afirma Antunes.
Ele ressalta que as lavagens das principais vias passaram a ser esporádicas, o que contribui para o acúmulo de lixo. Outro problema, conforme Antunes, está na falta de identificação das lixeiras para resíduos orgânico e seco. 'Muitas pessoas ficam com vergonha por não saber a diferença e acabam não usando as lixeiras.' Os moradores reclamam ainda da falta desses equipamentos nas praças e da carência de banheiros públicos à noite, o que faz com que as ruas do Centro se tornem depósitos de dejetos.
O diretor da Divisão de Limpeza e Coleta do DMLU, Élson da Silva Farias, admite que o número de lixeiras espalhadas pela cidade está aquém do necessário. Pelo grande fluxo de pedestres e de carrinheiros que circulam pela região, o Centro registra a situação mais crítica.
Outro agravante é a depredação diária dos equipamentos. 'Há uma deficiência muito grande de lixeiras na cidade. No Centro, existem ainda os carrinheiros, que fazem a separação do lixo e deixam nas calçadas o que não querem', destaca.
Farias diz ainda que os próprios moradores contribuem para a sujeira no Centro, ao colocar o lixo na rua muito tempo antes do horário da coleta domiciliar, que acontece à noite. 'Muitos saem pela manhã para trabalhar e já deixam o lixo na calçada.' No primeiro semestre de 2007, o DMLU pretende abrir licitação para serviço de varrição e compra de 6 mil lixeiras. Está em estudo a aquisição de equipamentos mais resistentes às depredações.
(Correio do Povo, 19/11/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp