A 12ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas terminou na sexta-feira em Nairóbi, no Quênia, com uma agenda de decisões adiadas para 2008. Deixou mais portas abertas do que fechadas para se combater o efeito estufa e o aquecimento da Terra.
Na plenária que encerrou o encontro, os delegados de 180 nações determinaram que uma análise da eficiência do Protocolo de Kyoto, único acordo global hoje contra os gases do efeito-estufa, será feita apenas em 2008. Esse será o primeiro de cinco anos que os países ricos terão para cortar suas emissões numa média de 5,2% em relação a 1990.
A decisão abre espaço para discussões sobre a ampliação do protocolo - tanto sobre metas mais rígidas para os países ricos quanto sobre a inclusão de países em desenvolvimento, como o Brasil - quando terminar a primeira fase do protocolo em 2012.
Os países também concordaram em continuar a trabalhar num acordo futuro para garantir a continuidade das políticas de redução. Contudo, não há prazos. Qualquer decisão incisiva só será tomada daqui a dois anos ou mais. A decepção tomou os países que mais investem no combate ao efeito estufa.
- Escutamos muita coisa sobre interesses nacionais, mas relativamente pouco sobre mudança climática - diz o ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Sigmar Gabriel.
Em um comunicado assinado com seu colega britânico, o ministro David Miliband, ele afirma que é preciso "injetar urgência e no processo de redução das emissões globais". Ainda assim, o presidente da conferência, o ministro queniano de Meio Ambiente, Kivutha Kibwana, disse que "o texto claramente indica que, depois da análise, as partes tomarão as ações apropriadas".
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Clic RBS, 18/11/2006)