Passado, presente e futuro do Rio dos Sinos centralizaram encerramento da Semana Roessler
2006-11-17
Os 110 anos do nascimento do pioneiro ambientalista gaúcho Henrique Luiz Roessler foram
lembrados nesta quinta-feira (16/11) em eventos realizados no Salão Mourisco da Biblioteca
Pública Estadual, em Porto Alegre, e às margens do Rio dos Sinos, em São Leopoldo.
Nas duas solenidades, que integraram a II Semana Roessler, foi destacada a importância de
ações conjuntas envolvendo a população, governantes e empresários para enfrentar a crise
ambiental na Bacia do Sinos.
Pela manhã, o diretor-presidente da Fepam, Antenor Ferrari, encaminhou à Secretaria de
Cultura, através do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, 480 exemplares do livro “O Rio
Grande do Sul e a Ecologia – crônicas escolhidas de um naturalista contemporâneo”, que reúne
artigos do Patrono da Fepam publicados na imprensa até seis dias antes de seu falecimento, em
14 de novembro de 1953.
O ato foi conduzido pela diretora da Biblioteca Pública e coordenadora do SEBP, Morgana
Marcon, e contou com a presença dos prefeitos de Ilópolis, Olmir Rossi, e de Muliterno,
Adriano Pelissaro. Participaram, ainda, os seguintes representantes de prefeituras:Paulo
Matos, de Bom Retiro do Sul; Ione W. de Aguiar, de Cambará do Sul; Tule M. C. Borges, de
Camaquã; Marilei A.. Nunes, de Minas do Leão; Maria R. Raabe, de Pantano Grande; João
A.Bittencurt, de Paverama; Dulce M. Worczkowski, de Sertão Santana; Malvina G. da Cruz, de
Xangri-lá.
ALERTAS IGNORADOS – Ao entardecer, na Rua da Praia, quase em frente às ruínas da casa
onde Roessler morou, no último trecho urbano de São Leopoldo que ainda permite acesso direto
ao Rio dos Sinos, cerca de meia centena de pessoas ouviram manifestações que lembraram os
alertas de Roessler contra a degradação do Sinos.
Mas além de enfocar o passado da bacia hidrográfica e a crise instaurada no presente, houve
fortes apelos por ações imediatas que se traduzam em melhor qualidade das águas para o futuro.
Foram falas realistas, mas também otimistas, as do presidente da Fepam, Antenor Ferrari, do
secretário municipal do Meio Ambiente de São Leopoldo, Darci Zanini, do representante do
Movimento Roessler, Markus Wilimzig, do presidente do Clube de Regatas Humaitá, Plínio Luiz
Cerutti Jr., e do presidente do Instituto Martim Pescador, Henrique da Costa Prieto.
CASA DE CULTURA ECOLÓGICA - Coube ao coordenador da UPAN – União Protetora do Ambiente
Natural, Rafael Altenhofen, apresentar uma das ações objetivas por uma realidade melhor para o
Rio dos Sinos: a criação da Casa de Cultura Ecológica Henrique Luiz Roessler. O projeto
pretende “render merecida homenagem ao pioneiro ambientalista Henrique Luiz Roessler
(1896-1963), fundador da primeira ONG ambientalista da América Latina, a União Protetora da
Natureza (UPN), em 1955, e também resgatar o histórico do Movimento Ecológico Gaúcho (MEG) e
sua importância na construção da cultura ambientalista do estado. Será sediada na casa em que
o ambientalista viveu, às margens do Rio dos Sinos”.
Será “um centro de referência ambiental visando à preservação e o uso sustentável dos recursos
hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos”, informa Rafael Altenhofen, acrescentando que
“o restauro do prédio fará uso da aplicação de princípios de bioarquitetura, visando à
utilização racional de recursos e a conservação de energia”.
PRESERVAÇÃO – Também participaram do ato de encerramento da II Semana Roessler os netos
Maria Luiza e Luiz, os quais levaram o apoio e o agradecimento da família daquele que está
sendo considerado “o primeiro ecopolítico” segundo testemunhos colhidos pelo jornalista Ayrton
Centeno e publicado em obra lançada na Feira do Livro deste ano.
Maria Luiza Roessler leu, como emoção, trechos de “O homem do rio”, em que ela evoca seu avô e
a profunda identificação com o Sinos que ele sempre teve.
As velhas paredes que ainda permanecem em pé no número 187 da antiga Rua da Margem (hoje Rua
da Praia), bem como terrenos próximos, colocados nesta quinta-feira à disposição pelo
Instituto Martim Pescador, foram testemunhas dos discursos.
Agora, aguardam que se torne realidade o centro de educação ambiental e sensibilização que
surgirá de esofrços conjuntos entre ONGs ambientalistas, município de São Leopoldo, governos
do RS e da União, lideranças empresariais, imprensa e população.
(Fepam, 16/11/2006)
http://www.fepam.rs.gov.br/noticias/noticia_detalhe.asp?id=1066