CTSul não tem previsão de início das obras de construção
2006-11-17
O presidente da Celetro, José Benemídio Almeida, e o responsável pelo projeto CTSul, Douglas Carstens, anunciaram na tarde de terça-feira (14/11) que não existe uma previsão de início das obras de construção da usina termelétrica a carvão. Após uma hora de entrevista, Douglas Carstens e Benemídio Almeida usaram de muita sutilidade para voltar atrás dos planos que foram revelados há pouco mais de um mês, em reunião-almoço na Sociedade Rio Branco, pelo engenheiro mecânico Ricardo Fialho Sellos, da empresa Camargo Corrêa.
Na reunião do mês passado, o superintendente da Camargo Corrêa anunciou que a partir do início de 2007 começaria o processo de seleção de trabalhadores e que entre fevereiro e março do ano que vem a empreiteira já montaria na localidade do Piquiri uma cidade de lonas, galpões e alojamentos para abrigar máquinas, material de construção e 4,2 mil operários. Pelo anúncio do engenheiro, a CTSul-1 começaria a ser construída provavelmente em junho de 2007 e a CTSul-2 em meados de 2009.
VALORES - Apesar do desencontro de informações, Douglas Carstens e Benemídio Almeida frisaram que tudo que foi dito no mês passado ainda está valendo, mas apresentaram números mais tímidos. No JP do dia 11 de outubro, o representante da Camargo Corrêa declarou que a CTSul tinha garantido para a construção das duas usinas 2,7 bilhões de dólares. Terça-feira, a informação é de que o valor já garantido é de 1,4 bilhão de dólares, valor que será usado para construir totalmente a CTSul-1 e iniciar as obras da CTSul-2.
Importante
Na tarde de terça-feira, Douglas Carstens e Benemídio Almeida afirmaram que não podem trabalhar com datas, pois o projeto da primeira usina ainda precisa cumprir exigências da licença prévia (LP) da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para conquistar a licença de instalação (LI). “O representante da Camargo Corrêa deve ter dado previsão de início de estudos e não de obras”, disse Benemídio. No mês passado, após publicada no JP a entrevista com as projeções de datas e tipo de trabalho que começaria no início de 2007, nenhum representante do projeto se manifestou sobre a impossibilidade de cumprir tais prazos.
UMA PERGUNTA
A CTSul está passando por uma crise de identidade?
Não. Tudo indica que o momento é de negociações que precisam ser mantidas em sigilo. Os anúncios feitos no mês passado até poderão se confirmar, mas precisam de muitas costuras. Prova disso é que os empreendedores ainda estão negociando com os chineses. No mês passado, o anúncio foi de que o projeto deixou de ter tecnologia e investimento da China para ter tecnologia da Alemanha e financiamento holandês. O investimento chinês, que era de 890 milhões de dólares, passou para 2,7 bilhões no mês passado e ontem ficou em 1,4 bilhão de dólares.
(Por Giuliano Fernandes, Jornal do Povo, 15 e 16/11/2006)
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