A organização ecologista internacional Greenpeace denunciou a criação de uma unidade de produção de atuns no Mar Adriático croata, qualificando esta decisão como ilegal. “Apoiamos as organizações não governamentais (ONG) locais na sua luta contra a produção ilegal de atum” ao largo da ilha de Brac, disse Antje Helms, militante da Greenpeace, aos jornalistas presentes no barco “Rainboiw Warrior II”.

A Greenpeace alerta que as populações locais desta espécie estão a ser dizimadas pela sobre-pesca e criação intensiva. A unidade de produção croata de atum-rabilho foi instalada nas proximidades da localidade de Bobovisca, a 300 metros da costa. Mas as organizações não governamentais locais e a população opõem-se à sua entrada em funcionamento, prevista para breve. A ONG Nase More (Nosso Mar) informou recentemente que a unidade deveria situar-se a cinco quilómetros da costa, segundo as normas europeias.

O navio “Rainboiw Warrior II”, que está a percorrer desde Maio o Mediterrâneo para se documentar sobre a exploração do atum-rabilho (Thunnus thynnus), dirige-se agora para Dubrovnik, no Sul da costa croata, onde se realizará, de 17 a 26 deste mês, uma conferência internacional sobre a protecção desta espécie. A conferência, organizada pela Comissão Internacional para a Conservação do Atum no Atlântico (Iccat), vai receber participantes de 42 países. “Viemos aqui porque o destino do atum será decidido em Dubrovnik”, acrescentou Helms.

Em Agosto, a Greenpeace e o Fundo Mundial da Natureza (WWF) pediram uma moratória à pesca do atum-rabilho nas águas do Mediterrâneo, denunciando uma “extinção total” da espécie naquelas regiões. As ONG afirmam que as quotas anuais de 32 mil toneladas fixadas pelo Iccat foram ultrapassadas em 2004 e 2005, chegando às 50 mil toneladas. Vítima do seu sucesso sob a forma de sushi japonês, o atum-rabilho é hoje uma espécie gravemente ameaçada.
(Ecosfera, 15/11/2006)
http://ecosfera.publico.pt/noticias2005/noticia5785.asp