Irga e Federarroz pretendem ajustar manejo de forma a reduzir captação dos rios dos Sinos e Gravataí
2006-11-16
O Instituto Riograndense do Arroz (Irga) e a Federação das Associações de
Arrozeiros do RS (Federarroz) pretendem reconverter a plantação de arroz
pré-germinado das lavouras próximas aos rios dos Sinos e Gravataí dentro de cinco
anos. A proposta visa, gradualmente, a alterar o manejo para o plantio direto,
semidireto ou cultivo mínimo, que demandam menos quantidade de água e diminuem o
risco de poluição ambiental. Segundo o Irga, a mudança seria implementada por meio
da reeducação dos agricultores da região, que têm 80% dos 5.146 hectares sob o
sistema pré-germinado. O presidente do instituto, Maurício Fischer, explica que
também é necessária a utilização de cultivares mais precoces e de um sistema de
reaproveitamento, bem como a recuperação da mata ciliar da região e o
armazenamento de água, proibido atualmente pela legislação ambiental. 'Vamos fazer
de tudo para que essas sugestões sejam implementadas o mais breve possível. Senão,
continuaremos vivendo o mesmo problema', avalia.
O presidente da Federarroz, Valter José P'tter, diz que o plano também prevê um
manejo emergencial para esta safra. Ele explica que já podem ser aplicadas
técnicas para minimizar o impacto da lavoura, como a decantação da água usada para
irrigação, resultando no depósito da matéria orgânica e evitando seu lançamento no
rio. Ele também se refere à utilização de uma lâmina mais fina de água. 'Queremos
que seja usada menor quantidade de água por hectare', aponta.
As sugestões foram apresentadas ontem, durante a audiência pública, promovida pela
Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, na Capital. A secretária
executiva do Comitê da Bacia Hidrográfica do Sinos, Viviane Nabinger, disse que o
uso por parte da lavoura orizícola tem o menor impacto sobre os rios da região
dentre as atividades que utilizam as águas. Para o presidente da Comissão de
Agricultura, Elvino Bohn Gass, é necessário exigir plano de saneamento dos
municípios envolvidos, que despejam o esgoto nos rios.
Com a elevação do nível dos rios, a Farsul orienta os produtores que têm licença
ambiental e outorga para uso da água a manterem a captação conforme determinação
da Sema e Fepam.
(Correio do Povo, 15/11/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp