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2006-11-16
Transformar grandes materiais em estruturas pequenas e mais resistentes, que medem uma bilionésima parte do metro e são capazes de entrar nas células, formar chips superpotentes e até filtrar líquidos altamente poluentes.

Esses são alguns dos desafios de uma das áreas mais promissoras da ciência mundial: a nanotecnologia. No Brasil, parte desse esforço científico vem sendo feito com dinheiro público. Pelos cálculos do Ministério da Ciência e Tecnologia, nos últimos cinco anos, foram investidos R$ 140 milhões em estudos sobre nanotecnologia.

Em 2005 e 2006, os investimentos somam cerca de R$ 74 milhões. O mesmo valor deve ser aplicado nos próximos dois anos. O vice-coordenador de nanotecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), Márcio Augusto dos Anjos, considera o montante um avanço, mas ressalta que é preciso ampliar ainda mais os repasses.

Segundo ele, apenas este ano, os Estados Unidos desembolsaram cerca de US$ 1 bilhão em pesquisas voltadas para nanotecnologia. A diferença foi um dos temas discutidos na semana passada, durante um seminário (Nanotec Expo 2006) que reuniu, em São Paulo, representantes de empresas e centros de estudo.

“É fundamental para o Brasil começar a pesquisar quais seriam seus nichos de mercado nessa área”, avalia o vice-coordenador de nanotecnologia do MCT. “Mas, para se chegar nisso, antes é preciso investir na pesquisa básica, aplicada e nas parcerias entre universidade e empresas, com objetivo de gerar produtos que possam permitir ao país aumentar a sua competitividade no mercado internacional.”

Os investimentos públicos mais expressivos em nanotecnologia no país começaram em 2001. Dois anos depois, foi criado um grupo de trabalho para elaborar um programa específico. A proposta de orçamento era de R$ 200 milhões por ano, mas não foi aprovada no Congresso Nacional.

Ainda assim, em 2004, o governo criou o Programa Nacional de Nanotecnologia, que coordena os investimentos no setor. Atualmente, quatro editais de financiamento público para a área estão com inscrições abertas.

Um deles, destina R$ 1,8 milhão para pesquisas em nano feitas por jovens cientistas (doutores há menos de cinco anos). Em outro edital, estão disponíveis R$ 3,9 milhões para projetos que envolvam melhorias na infra-estrutura de laboratórios de estudo em nano.

De acordo com levantamento do Ministério da Ciência e Tecnologia, entre 2002 e 2005 as redes de pesquisa sobre nanotecnologia envolveram 300 pesquisadores, 77 instituições de ensino e pesquisa, 13 empresas. Elas resultaram em mais de mil artigos científicos e 90 patentes.
(Por Monique Maia e Gabriel Corrêa, Agência Brasil, 14/11/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/11/14/materia.2006-11-14.1809655804/view

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