O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, fez na
quarta-feira um alerta aos líderes mundiais acerca da necessidade de
mudanças na economia para enfrentar as alterações climáticas do planeta
provocadas pelo homem. "Sabemos que é mais barato reduzir emissões agora
que enfrentar as conseqüências mais tarde", disse, em referência às
atividades que produzem substâncias que cooperam com alterações de
clima. O tema "não é um assunto de ficção científica", concluiu, durante
a abertura da fase final da Conferência sobre Mudança Climática, que
ocorre em Nairóbi, no Quênia.
Annan enfatizou algumas das conseqüências danosas da mudança climática
sobre a vida do homem: "[A mudança] Destruirá colheitas, colocará em
risco as cidades litorâneas, destruirá ecossistemas, espalhará doenças
como a malária e a febre amarela e aumentará os conflitos por recursos",
acrescentou.
O secretário-geral da ONU citou dados recentemente divulgados por
cientistas de várias especialidades e partes do mundo. Segundo esses
especialistas, a Terra deverá passar por profundas transformações
climáticas, desencadeando desertificação, calor e enchentes, o que
colocaria em risco populações gigantescas. A evidência científica,
acrescentou, é hoje "mais completa e mais alarmante, pois sugere que o
mundo está se aproximando de um ponto de onde não há como voltar".
Apesar dos dados, Annan mostrou-se confiante de que os líderes reunidos
na Conferência Mundial poderiam partir dali com medidas práticas para
tentar contornar a situação. "Há muito que pode ser feito", concluiu.
Ele citou o uso mais eficiente de combustíveis e de energias renováveis
e destacou que o desafio oferece oportunidades para a economia.
(
Veja, 15/11/2006)