O Ministério Público Federal (MPF) de Altamira (PA) recebeu denúncias de que cerca de 160 mil metros cúbicos de madeira, apreendidos durante a operação Verde para Sempre, realizada em 2003, estão desaparecendo. De acordo com o procurador da República Marco Antônio, chegou em suas mãos documentos denunciando a retirada ilegal da madeira que está armazenada dentro da reserva Verde Para Sempre, no município de Porto de Moz.

Segundo ele, a falta de uma fiscalização mais eficaz do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) faz com que, além da madeira ser surrupiada, a ação da chuva e do Sol durante esses três deteriore as toras de madeira que poderiam ser destinadas a uma entidade social. O procurador afirmou que o Ibama está sendo omisso ao não procurar dar um destino apropriado à madeira.

Para Marco Antônio, a omissão patente do Ibama diante está causando um dano ambiental. "À medida que essa madeira fica à revelia dentro da reserva, e devido à grande quantidade, conseqüentemente estimula a irregularidade, deixando uma sensação de impunidade", concluiu o procurador. O procurador informou que vai abrir uma ação civil pública contra o Ibama, com a finalidade fazer um levantamento real da situação da madeira, identificar os acusados que na época extraíram ilegalmente e exigir que Ibama encontre uma solução para o problema.

A medida, segundo o procurador, é para dificultar a ação dos bandidos. A direção do Ibama informou que só irá se pronunciar sobre o assunto após receber oficialmente o comunicado do MPF.
(O Estado do Tapajós, 13/11/2006)
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