Mudança climática ameaça sobrevivência de aves: extinção pode chegar a 72% no norte da Austrália
2006-11-14
Os efeitos que a mudança climática pode ter na população mundial de aves sugerem uma tendência à extinção de muitas espécies, segundo novo relatório do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) divulgado na Convenção da ONU sobre Mudança Climática, realizada em Nairóbi.
Entre as espécies que poderiam estar mais ameaçadas, afirma o relatório, estão os pingüins das ilhas Galápagos (Equador), a águia imperial na Espanha e muitas espécies do México, especialmente as que habitam o deserto de Chihuahuan.
"O relatório mostra que certos grupos de aves, como as marinhas e as migratórias, são muito sensíveis e respondem rapidamente aos níveis atuais de mudança climática. Grandes extinções de pássaros podem ocorrer antes do que se imaginava", disse Hans Verolme, diretor do programa de Mudança Climática da WWF.
Se as temperaturas subirem mais de dois graus centígrados em relação à era pré-industrial - atualmente aumentaram 0,8 grau -, os cientistas crêem que a taxa de extinção de aves poderia chegar a 38% na Europa e 72% no norte da Austrália.
O documento "Espécies Avícolas e Mudança Climática: Relatório sobre o Estado Global da Situação" revisa mais de 200 artigos científicos sobre aves em todos os continentes, para tentar delinear um panorama geral do impacto do aquecimento global nestes animais.
As conclusões do relatório destacam três aspectos: Que as mudanças das temperaturas mundiais afetam o comportamento das aves; que algumas espécies já estão experimentando os impactos; e que, no futuro, a mudança climática colocará em perigo um grande número de espécies.
A organização estima que o atual enfoque para conservar as aves - concentrado em proteger áreas específicas que têm grande diversidade de pássaros - falhará, porque a mudança climática forçará muitas aves a migrar para áreas não protegidas.
(EFE, 13/11/2006)
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