Suspenso há duas semanas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) em reunião com a Bolognesi Engenharia e a comunidade, o corte de árvores feito pela empresa em seu terreno particular localizado na rua Cabral, em Porto Alegre, foi comunicado sexta-feira (10/11) por escrito à empresa. A área possui densa vegetação e o corte das árvores preocupa os moradores do entorno. O empreendimento da empresa prolongará a rua Coronel Bordini. Uma nova reunião entre as partes - Bolognesi, prefeitura e comunidade - será agendada para a próxima semana.

Conforme o titular da Smam, Beto Moesch, o corte das árvores havia sido autorizado pela prefeitura desde a gestão passada, mediante acordo firmado com o Ministério Público e a empresa, que está obrigada a cumprir medidas compensatórias - cortaria as 400 árvores do terreno mas com a condição de plantar outras 1,3 mil novas mudas. "É um processo antigo, de seis anos", lembrou Beto Moesch.

Cerca de 30 árvores já haviam sido derrubadas. Para fins de controle, a coordenação do Setor de Ambiente Natural da Smam emitirá um laudo que apontará o número exato de plantas cortadas. "Não há irregularidades no projeto, mas como a área é bastante arborizada, pretendemos sugerir alteração no plano", disse o secretário adjunto da Smam, Walter Koch. Ele citou que a prefeitura poderá até determinar alteração no traçado da rua.

O presidente da empresa, Ronaldo Bolognesi, informou que o corte das árvores foi firmado mediante licença do município, vinculada a um termo de ajustamento assinado na presença do Ministério Público. Ele disse que aguardará o posicionamento oficial da prefeitura de Porto Alegre.

O prolongamento da Coronel Bordini está previsto no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental da Capital. Um termo ajustado entre a prefeitura e a Bolognesi, em 2001, definiu que a empresa realizaria a obra viária a título de contrapartida pelo empreendimento construído na rua Cabral.
(Correio do Povo, 11/11/2006)
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