Um aumento expressivo no desmatamento em Mato Grosso foi detectado pelo SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), desenvolvido pelo Imazon, no mês de setembro: 1.120 quilômetros quadrados (contra apenas 106 quilômetros quadrados no mês de agosto de 2006). Os dados e análises estão disponíveis na
terceira edição do Boletim Transparência Florestal do Estado de Mato Grosso, desenvolvido em parceria com o Instituto Centro de Vida – ICV e Imazon.
A maior parte (81%) desse desmatamento ocorreu em propriedades privadas, mas a participação dos assentamentos de reforma agrária no desmatamento dobrou de 9% (agosto de 2006) para 18% do total em setembro de 2006. Outra constatação foi que a ilegalidade continua em alta: 88% do total desmatado no mês passado.
Entre os municípios que mais desmataram no período estão Colniza, na região noroeste do Estado, com 198 quilômetros quadrados, cuja liderança é manida desde 2003. Cotriguaçu, Nova Bandeirantes, Aripuanã, Peixoto de Azevedo, Apiacás, Marcelândia, Matupá, Paranaíta e São Félix do Araguaia são os outros nove municípios que lideraram o desmatamento.
O boletim da Transparência Florestal apresenta ainda uma análise inédita da perda de vegetação florestal e cerrado nas macrobacias hidrográficas de Mato Grosso até 2005. A situação é particularmente crítica na bacia do rio Teles Pires, onde o desmatamento atingiu 46% do seu território até 2005. Além disso, essa bacia é muito vulnerável a novos desmatamentos por ter apenas 9% do seu território protegido como Terras Indígenas e Unidades de Conservação.
(ICV, 11/11/2006)
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