Apesar da pressão internacional para que cesse seu programa nuclear, o Irã anunciou hoje que instalará 3 mil centrífugas até março de 2007, quando acaba o ano iraniano. O anúncio foi feito pelo porta-voz do ministério de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Ali Hosseini. Hosseini acrescentou que a resposta a um eventual ataque militar israelense será "destruidora e imediata".

"Israel não dispõe dos meios nem da capacidade para ousar ameaçar o Irã, porque sua situação interna de segurança é frágil", declarou Hosseini. Horas antes, o vice-ministro israelense de Defesa, Ephraim Sneh, havia afirmado que a opção militar deve ser considerada o último recurso para impedir que o Irã prossiga com seu programa nuclear. "A opção militar teria conseqüências graves", reconheceu Sneh.

As constantes declarações do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, de que Israel deveria ser "apagado do mapa" são levadas a sério. O primeiro-ministro israelense Ehud Olmert viajou hoje para os Estados Unidos para uma visita de cinco dias, em que discutirá o perigo que o Irã representa para o país, além da delicada relação com os palestinos.

"Eles (os iranianos) devem temer as conseqüências de não se comprometer seriamente", disse Olmert no vôo para Washington, de acordo com sua porta-voz Miri Eisin. Entretanto, Olmert pareceu desautorizar os comentários de seu vice-ministro da Defesa. Pedido, durante o vôo a Washington, para comentar as declarações de Sneh, Olmert replicou: "Temos de ser muito cautelosos sobre o que dizemos."
(Agência Estado, 12/11/2006)
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