Ministério afirma que já providenciou melhorias em programa de cisternas do semi-árido
2006-11-08
Algumas recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU) para o programa de construção de cisternas do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) já foram atendidas, segundo um dos coordenadores do programa, Antônio Cruvinel.
Uma delas, segundo ele, foi a sugestão para o aumento dos canais de participação da população no envio de críticas, sugestões e denúncias. “Isso foi resolvido por meio do canal de ouvidoria da central de atendimento do Fome Zero, já que o programa de cisternas faz parte do Fome Zero”.
A auditoria no programa foi feita pelo TCU em outubro de 2005 e constatou que serão necessários 16 anos para acabar com a demanda na construção de cisternas no semi-árido nordestino.
O problema poderia ser solucionado mais rapidamente, segundo Cruvinel, se houvesse mais dinheiro. “Se tivéssemos maior aporte, esse prazo poderia ser reduzido para menos de dez anos. Seria o prazo de dois planos plurianuais do governo”, explicou.
Outro aspecto constatado pelo TCU é que grande parte das famílias beneficiadas não sabe fazer o tratamento da água armazenada. Foram encontradas, ainda, cisternas com rachaduras e problemas no funcionamento das bombas d’água. Esse ponto não é visto com preocupação pelo ministério.
“As pessoas acham mais fácil tirar água com balde, que muitas vezes não está tão limpo, do que ficar usando a bomba”, afirmou o coordenador, que dá outra explicação. “Com o sol constante o ano inteiro e a variação da temperatura durante o dia e a noite, é difícil encontrar um tipo de estrutura que resista 100% a esse tipo de variação. A maioria das fissuras e rachaduras se dá na cobertura da cisterna em decorrência das variações de luminosidade e temperatura, mas essas pequenas fissuras não comprometem o funcionamento da cisterna e o armazenamento de água”.
Os relatórios divulgados segunda-feira (6/11) pelo TCU avaliaram quatro programas do governo federal. As análises são baseadas em auditorias realizadas no segundo semestre do ano passado. Foram avaliados os programas de Construção de Cisternas no Semi-Árido Nordestino, Governo Eletrônico, Formação Continuada de Professores do Ensino Fundamental e Vigilância e Fiscalização no Trânsito Internacional de Produtos Agropecuários.
Sobre formação de professores, leia mais ao lado. Sobre os dois outros, a Agência Brasil não obteve retorno dos respectivos ministérios.
(Por Priscilla Mazenotti, Agência Brasil, 07/11/2006)
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/11/07/materia.2006-11-07.7172309514/view