Ex-assessor de Thatcher ataca “alarmismo” em torno do aquecimento global
2006-11-08
O jornalista britânico e ex-assessor da ex-primeira-ministra conservadora Margaret Thatcher, Christopher Monckton, publica neste mês, em duas edições do jornal The Sunday Telegraph, artigos com críticas ao que considera "alarmismo" em torno do aquecimento global. Além disso, o website do jornal oferece uma apostila com os cálculos de Monckton.
Embora reconheça que existe consenso científico em torno de alguns pontos básicos relacionados ao aquecimento global - "todos cientistas especializados em clima concordam que há mais gases do efeito estufa no ar do que já houve, e que em conseqüência o mundo vai esquentar" - Mockton afirma que questões importantes, como o tamanho do aquecimento, e quanto será causado pela atividade humana, continuam em aberto.
O jornalista faz uma crítica a James Hansen, especialista da Nasa e um dos principais propositores do alerta contra o aquecimento global provocado por atividade humana, dizendo que Hansen apresentou previsões excessivamente pessimistas ao Congresso americano, em 1988.
Hansen já havia respondido a críticas semelhantes antes, feitas por outros cientistas e pelo escritor Michael Crichton, no romance Estado do Medo. O pesquisador da Nasa afirma que havia apresentado ao Congresso três cenários, e que o que seus detratores citam é apenas o mais pessimista.
A questão do aquecimento global volta à pauta mundial por conta da recente publicação do Relatório Stern, elaborado pelo economista britânico Nicholas Stern, que alerta para a ameaça econômica representada pelo fenômeno - relatório que Monckton também busca contestar - e, mais importante, pela realização, nesta semana, da principal conferência ambiental do mundo, a 12ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Monckton também é conhecido por ter criado o "Quebra-Cabeças da Eternidade", um problema geométrico, cuja solução faria jus a uma recompensa de 1 milhão de libras (cerca de R$ 4 milhões). O problema não levou anos para ser resolvido, como esperava seu criador, mas foi batido em 18 meses.
(Estadão, 07/11/2006)
http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2006/nov/07/149.htm?RSS