Mudança climática ameaça alimentação humana, diz ONU
2006-11-08
A mudança climática põe em risco a comida dos seres humanos e torna ainda mais difícil o desafio de alimentar a crescente população mundial, adverte a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Em comunicado divulgado em Roma por ocasião da realização, em Nairóbi, da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a FAO afirmou "que é necessário prestar maior atenção ao impacto da mudança climática sobre a agricultura, a silvicultura e a pesca".
A agência da ONU também alertou que se deve estudar cuidadosamente as medidas para promover a adaptação à mudança climática e "mitigar seus efeitos". A FAO aponta como uma prioridade "conseguir fortalecer a resistência dos sistemas agrícolas às variações do clima". Assim, a agência proporcionará aos países "instrumentos e informação para transformar suas políticas e práticas agrícolas, pesqueiras e florestais".
Essa informação conterá dados meteorológicos aplicados à agricultura, para avaliar o impacto dos climas extremos, as ferramentas para examinar a vulnerabilidade dos cultivos, os mapas de coberturas vegetais, a evolução dos recursos agrícolas e florestais em nível mundial e a orientação sobre o desenvolvimento de meios de subsistência rurais.
Mas a FAO considera que sua ajuda e assessoria não se limitam à questão alimentícia, pois a agência também pode contribuir para mitigar os efeitos da mudança climática em questões como a gestão das florestas e da energia procedente de fontes biológicas.
Sobre esta última, o comunicado lembra que "se prevê um aumento progressivo dos combustíveis biológicos durante os próximos cinqüenta anos". A agricultura e a silvicultura proporcionarão as principais fontes de combustíveis biológicos líquidos e sólidos, como já fazem os cultivos de açúcar, milho e soja usados para produzir etanol e biodiesel.
A FAO ressalta que "embora não exista uma solução única para todos os países, a bioenergia tem um papel-chave para nos adaptarmos e reduzirmos a mudança climática". A agência da ONU afirma que, "com as tecnologias adequadas, transformar biomassas como madeira, resíduos de colheitas, erva, palha e restos de plantas em combustível pode proporcionar uma fonte abundante de energia limpa e barata".
(EFE, 07/11/2006)
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